Até outubro, 90% das capivaras da Lagoa da Pampulha devem ser retiradas do cartão postal de Belo Horizonte. A expectativa é de que a remoção dos animais ocorra antes do início do período chuvoso, já que a temporada pode dificultar a captura das capivaras. O vice-prefeito Délio Malheiros entregou, nesta quarta-feira (9), um termo de referência para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O documento será analisado em até três dias pelo órgão federal e servirá de base para a elaboração do edital da remoção e monitoramento das capivaras. Até agosto, a licitação já deve ter sido publicada. O pedido de remoção das capivaras ocorre após a morte do gerente de tecnologia Alysson Ribeiro de Miranda, de 42 anos, que teria sido picado por um carrapato-estrela durante um passeio no Parque Ecológico da Pampulha. A suspeita da família era de que ele tivesse contraído febre maculosa, mas segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) as amostras de sangue coletadas do paciente e encaminhadas para a Fundação Ezequiel Dias (Funed) apresentaram resultados negativos para a febre maculosa, dengue, febre amarela, hepatite A e leptospirose. A morte de Miranda continua sendo investigada, conforme a SMS. O custo inicial previsto para o trabalho de remoção dos animais é de cerca de R$ 350 mil, mas pode chegar até a meio milhão conforme a quantidade de roedores a serem retirados. A prefeitura calcula entre 170 e 400 capivaras existentes hoje em toda a bacia da Pampulha. A intenção é deixar no máximo 30 animais. Os 10% restantes das capivaras devem permanecer na Pampulha e serão monitoradas pela empresa vencedora do edital. Remoção e monitoramento A empresa que vencer a licitação deve fazer um diagnóstico ambiental, com mapeamento dos grupos de capivaras e definir como será feito a retirada, assim como o local para onde serão levadas. Além disso, a vencedora deverá fazer um cercamento provisório dos jardins de Burle Marx e um monitoramento, por um prazo de um ano, da população que ficar na Pampulha. Córregos que desembocam na lagoa também deverão ser observados, para evitar a chegada de mais animais. Segundo Délio Malheiros, a medida visa proteger, preventivamente, a população e os animais, já que as capivaras se reproduzem em velocidade rápida. “Elas geram problemas como a destruição dos jardins de Burle Marx, risco de acidentes, transmissão de doenças, por meio de carrapatos, apesar de não registrarmos nenhum caso de pessoas com febre maculosa”, explicou. O superintendente do Ibama, Evandro Xavier, reforçou que será feito um estudo para onde os animais serão levados, para não afetar a cadeia alimentar da nova casa das capivaras. O zoológico de BH não receberá os bichos, mas outros não são descartados. “Podem ir para cativeiros, lagoas e até fazendas. A empresa vencedora da licitação terão que ser cadastradas no Ibama”, diz Evandro. (*) Com Ana Clara Otoni.