Possibilidade de chuva é pequena e não agrava situação em Barão de Cocais

José Vítor Camilo
17/05/2019 às 16:20.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:42
 (Arte)

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Apesar da previsão do tempo indicar a possibilidade de chuvas isoladas na região Central do Estado, podendo atingir a cidade de Barão de Cocais nesta sexta-feira (17) e também no sábado (18), o clima não agrava ainda mais a situação da barragem que corre risco de se romper. O município está em estado de alerta desde quinta-feira (16), após o anúncio de que uma barragem da Vale com cerca de 6 mil m³ de rejeitos pode se romper entre domingo (19) e o dia 25 em decorrência do desabamento de um talude, que vem apresentando movimentação de 3 a 4 cm por dia. 

De acordo com o meteorologista Claudemir de Azevedo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão de chuva diminui bastante a partir do domingo (19). "Não há previsão de chuvas fortes para a região nos próximos dias", conclui. Até o prazo final previsto para que a estrutura desabe, só há possibilidade de novas chuvas na sexta (24) e no sábado da semana que vem (25).

Questionado se chuvas poderiam incrementar o risco de rompimento da barragem, o tenente-coronel Flávio Godinho, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), explica que o deslocamento identificado no talude da mina Gongo Soco não tem relação com chuvas. 

"É uma questão apenas estrutural do paredão que existe lá. A chuva pode incomodar a operação do nosso simulado, por exemplo, mas trabalhar nesse cenário não será nenhuma dificuldade. Nossa preocupação maior é em acompanhar a movimentação desse talude", afirma o oficial. 

Mapeamento considerou chuva forte

Ainda conforme o Cedec, quando foi feito o mapeamento da mancha da lama que atingirá a cidade em caso de rompimento, considerou-se o pior cenário, levando em conta inclusive uma quantidade muito grande de chuva. Portanto, mesmo se um temporal atingisse a região nos próximos dias, a quantidade de pessoas que seriam atingidas não deve alterar. 

"O pior cenário que foi considerado é que essa lama atinja o leito do rio São João que, por se tratar de uma lâmina de água muito pequena, de pouca profundidade, os rejeitos podem carrear para dentro da cidade", complementa Godinho. 

Situação atual 

Ainda nesta sexta, a Vale divulgou um informe com atualizações sobre a situação da mina Gongo Soco. Segundo a empresa, a cava vem sendo monitorada 24 horas por dia de forma remota, com o uso de radar e estação robótica capazes de detectar movimentações milimétricas da estrutura, além de sobrevoos com drone. "O vídeo-monitoramento é feito em tempo real pela sala de controle em Gongo Soco e no Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) - quatro equipamentos estão localizados na sala de controle em Gongo Soco e outros dois no CMG", explica.

Segundo a mineradora, dados atuais de monitoramento indicam que existe a possibilidade de deslizamento do talude norte da cava, que está localizada a 1,5 km da barragem Sul Superior. "O monitoramento via radar e estação robótica nesta estrutura, porém, não traz evidência de processo de deformações na barragem. Não há elementos técnicos até o momento para se afirmar que o eventual escorregamento do talude Norte da Cava da Mina Gongo Soco, paralisada desde 2016, desencadeará gatilho para a ruptura da Barragem Sul Superior", completa.

Por fim, a empresa divulga detalhes sobre o novo simulado que acontecerá no sábado. Os detalhes sobre o treinamento podem ser acessados AQUI.

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