(Sarah Torres/ALMG)
A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), afirmou nesta quinta-feira (7) que a construção do Rodoanel afetaria o abastecimento de água tanto da cidade, quanto de Belo Horizonte e Betim. Nessa quarta-feira (6) a Justiça de Minas acolheu o pedido de tutela de urgência movido pela administração do município, e determinou a suspensão do processo licitatório e da sessão pública para analisar os documentos de empresas que pretendem participar da construção.
De acordo com Marília, o traçado proposto pelo governo de Minas atravessa a bacia de Vargem das Flores, que abastece a cidade da Grande BH, além de parte da capital mineira e de Betim. “Nós não podemos ter uma solução para o Anel Rodoviário, que eu acredito que tenha que ter, mas sacrificando duas cidades como Contagem e Betim”, afirmou.
Em sua decisão, o juiz Haroldo Duas Dutra, da 3ª Vara Empresarial da Fazendo Pública e Registros Públicos, da comarca de Contagem, alegou que a suspensão do processo licitatório ocorreu devido à "complexidade e relevância ambiental” da demanda apresentada à Justiça.
Questionada sobre uma possível interferência política na decisão, Marília disse que as duas cidades terão um impacto ambiental e de qualidade de vida muito grande, caso o traçado do Rodoanel seja mantido. A chefe do Executivo de Contagem afirmou não acreditar em interferência e disse que a questão central é “defender os interesses” das duas cidades.
Rodoanel
Desde que o projeto foi apresentado pelo Governo de Minas, ele é alvo de críticas das prefeituras de Betim, Contagem e outros municípios da região metropolitana (RMBH). Os Executivos municipais apontam, com documentos e estudos, erros de planejamento e aumento de custos com o projeto atual.
O projeto do Estado tem um custo de R$ 5,09 bilhões, contendo duas pistas e 100,6 km de extensão. Por outro lado, os municípios apresentaram uma proposta que incluem três pistas, com extensão de 112,9 km e um custo de R$ 2,99 bilhões, conforme estudos técnicos apresentados.
A reportagem procurou o Governo de Minas, mas até a publicação desta matéria não obteve respostas.