O prefeito de Ipanema, no Vale do Rio Doce, Júlio Fontoura (PL), foi denunciado por crime de responsabilidade após supostamente desviar vacinas contra a Covid-19 e furar a fila de imunização.
Ele e a mulher teriam recebido as doses nos dias 19 de janeiro e 1º de fevereiro, respectivamente, antes dos profissionais de saúde e da linha de frente do combate à doença.
“Ele e a mulher são dentistas, mas as edições do Plano Nacional de Imunização e dos Informes Técnicos da Campanha contra a Covid em vigor na época em que eles foram vacinados instituiam uma ordem de imunização dos trabalhadores de saúde, com prioridade para os que estavam envolvidos no atendimento aos casos suspeitos e confirmados da doença”, justificou o Ministério Público de Minas Gerais, em nota.
A investigação começou após denúncia anônima. A aplicação do imunizante em ambos teria sido confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde de Ipanema.
Pela denúncia, quando o fato foi divulgado, o prefeito decidiu vacinar os demais dentistas e auxiliares da cidade, “desrespeitando, novamente, a orientação técnica de prioridade”.
A pena prevista para o crime de apropriação de bens, rendas públicas ou desvio para proveito próprio ou alheio é de dois a 12 anos de prisão. O Hoje em Dia entrou em contato com a prefeitura do município e aguarda um posicionamento sobre a denúncia. A reportagem também tenta contato com o prefeito citado.