Prefeito de Mariana responsabiliza Samarco pela tragédia com barragens

Bruno Porto - Hoje em Dia
15/11/2015 às 07:52.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:29
 (Cristiano Machado)

(Cristiano Machado)

Ainda que as causas do rompimento da barragem de rejeito da Samarco, em Mariana, não tenham sido apuradas, a tragédia que deixou mais de 600 desabrigados e causou a morte já confirmada de pelo menos sete pessoas, tem responsável. Para o prefeito da cidade, Duarte Eustáquio Gonçalves Júnior (PPS), a Samarco tem que assumir a “catástrofe causada por ela”.

O chefe do Executivo de Mariana se tornou um personagem da tragédia. Foi internado por problemas cardíacos, criticou abertamente a Samarco, mas defende a atividade mineradora com o argumento de que a cidade não consegue viver sem ela.

Na entrevista que o Hoje em Dia publica na segunda-feira (16), Duarte Júnior vai de crítico a defensor da Samarco em poucos minutos. Acusa a empresa de ter falhado de forma grave com o Plano de Segurança que poderia ter salvado vidas, mas rasga elogios à forma como a Samarco se relaciona com a Prefeitura e com os funcionários.

“Independentemente de ter sido ou não acidente, a empresa é responsável porque tem colocado que existia um plano de ação e que seguiu esse plano de ação. Se existia esse plano de ação, ele foi mal elaborado e mal executado, porque é inadmissível que não tivesse um botão do pânico, uma sirene”, afirmou.

Em outro ponto, ele exalta a atuação da empresa no atendimento às vítimas do rompimento da barragem, que afetou vários distritos e tirou do mapa o vilarejo de Bento Rodrigues, o mais próximo da represa de Fundão, que despejou 55 milhões de toneladas de lama. “Não posso ser demagogo e criticar a empresa agora sobre isso. Tudo que o município de Mariana solicitou da empresa, a empresa fez. Estão respondendo à altura”, disse.

A Samarco é controlada pelas duas maiores mineradoras do mundo, a Vale e a australiana BHP Billiton. Cada uma detém 50% do capital social da Samarco, que comercializa o produto (pelotas de minério de ferro) exclusivamente no mercado externo. A empresa está com as atividades embargadas.

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