Prefeitos mineiros temem protestos se tarifa de ônibus aumentar

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia
17/01/2014 às 07:13.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:24
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

Janeiro chegou e com ele o período de reajuste das tarifas de ônibus. No entanto, a memória de junho de 2013, quando o aumento das passagens foi o ponto de partida das manifestações de rua em várias cidades, está tirando o sono dos prefeitos e do próprio governador Antonio Anastasia. Paira sobre eles o receio de que novos protestos sejam convocados.

No ano passado, o reajuste de janeiro foi adiado em São Paulo e Rio de Janeiro a pedido do governo federal, por conta do seu impacto sobre a inflação. Seis meses depois foi cancelado e mesmo reduzido nas cidades que já tinham corrigido os preços em função dos protestos.

Algumas prefeituras mineiras começam a sofrer pressão das empresas para que haja revisão no preço das passagens. Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, a equipe técnica da prefeitura analisa proposta de aumento na tarifa dos ônibus municipais. Em Montes Claros, no Norte, ainda não há pedido oficializado, mas os empresários estão preparando os estudos.

Manifestações já estão previstas para hoje em Governador Valadares, no Leste do Estado, onde a passagem passará de R$ 2,20 para R$ 2,60, a partir da próxima segunda-feira.

O primeiro protesto está marcado para o meio-dia, em frente à prefeitura, e o segundo, às 18h, no Centro. As manifestações são articuladas nas redes sociais da internet. “Era inevitável que algum grupo se manifestasse. Esse aumento é abusivo, não se justifica”, diz o estudante Marcos Aiala, do movimento “Vem pra rua, GV”, um dos grupos criados em junho de 2013, no auge dos protestos.

A prefeitura informou que a tarifa ficou congelada por três anos e a correção de 18% apenas repõe o acumulado da inflação do período. Justificou também que o preço da passagem poderia ser maior, já que o pedido da Empresa Valadarense de Transporte Coletivo foi de R$ 2,98.

Sem subsídio

A tensão já chega ao governador Antonio Anastasia, que vem adiando o reajuste dos ônibus intermunicipais da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O assunto não está sequer em pauta, embora haja a decisão de conceder o aumento.

No governo federal, o entendimento do Ministério da Fazenda é o de que não há mais margem para desonerações fiscais, como as isenções de PIS e Cofins, concedidas ano passado para compensar a manutenção do preço sem correção.
 

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