Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) começou o pente-fino nos contratos e planilhas das empresas de transporte público. A intenção é saber se a evolução da tarifa da passagem é condizente com o lucro das companhias e com a qualidade do serviço prestado.
As informações auditadas, segundo nota da PBH, serão apresentadas à população “para que haja a devida transparência que se exige da administração pública, abrindo e esclarecendo a chamada ‘caixa preta’ do transporte”, diz o comunicado.
Empresas poderão ser contratadas para conduzir o levantamento, que vai verificar, segundo a gestão atual, se o contrato firmado em 2008 atende ao interesse público. Abrir a caixa preta, aliás, foi promessa de campanha do prefeito Alexandre Kalil (PHS).
Tarifa mais alta
A passagem aumentou acima da inflação registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de Belo Horizonte (7,86%), divulgada pelo Ipead. Em 3 de janeiro ela ficou 9,45% mais cara, subindo de R$ 3,70 para R$ 4,05.
O reajuste motivou protestos dos usuários, que foram para a porta da casa do prefeito, em Lourdes, na região Centro-Sul da cidade. Manifestações também foram realizadas na capital mineira em janeiro de 2016, quando a tarifa aumentou 8,24%. As elevações têm impacto direto nas passagens dos ônibus suplementares e dos táxis-lotação.
Fórmula
Os reajustes das passagens de ônibus são calculados com base em fórmula que considera cinco itens: quilometragem rodada, custo do óleo diesel, valor dos veículos, despesas administrativas e mão de obra operacional.
Como o cargo de cobrador foi cortado em algumas linhas e horários de viagens, fazendo com que o motorista acumulasse a função de cobrar a passagem, a expectativa era a de que os custos caíssem. Como reflexo, o impacto na passagem seria menor. Por outro lado, o reajuste da tarifa em 2016 ficou abaixo da inflação registrada em 2015 pelo Ipead, de 11,82%.