Prefeitura intensifica obras na Pampulha de olho em chancela da Unesco

Aline Louise - Hoje em Dia
04/09/2015 às 07:14.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:38
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

A Pampulha estará de “cara novinha em folha” para a visita, no próximo dia 28, da comissão que vai avaliar o conjunto arquitetônico e urbanístico candidato a receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco. Há 15 dias, a Prefeitura de Belo Horizonte iniciou um mutirão para recuperar o entorno dos bens tombados da região.

Segundo o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira, num esforço conjunto de diversas secretarias, estão sendo feitas intervenções como recuperação das calçadas, requalificação dos jardins, reforma das placas bilíngues e intensificação da limpeza – inclusive da lagoa, por meio de barco.

“Nós fizemos um pente-fino, um diagnóstico dos problemas”, disse Oliveira. Faixas de pedestres elevadas serão instaladas em frente a bens tombados como Casa Kubitschek, Casa do Baile e Museu da Pampulha, nos próximos 15 dias, no intuito de reduzir a velocidade do tráfego.

Continuidade

Ainda de acordo com o presidente da fundação, a ação será mantida após a visita da missão da Unesco, coordenada pela consultora venezuelana Maria Eugênia Bacci.

Especialmente para gerir o conjunto, foi criada a Diretoria do Conjunto Moderno da Pampulha, ligada à Fundação Municipal de Cultura. Segundo a nova diretora, a arquiteta Luciana Feres, o papel do órgão é fazer a articulação com o Comitê Gestor do Conjunto Moderno da Pampulha Patrimônio Mundial, empossado nessa quinta-feira (3) em cerimônia promovida no salão nobre da prefeitura.

O comitê foi instituído por meio de uma portaria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e tem o objetivo de gerir, monitorar as ações governamentais de proteção ao patrimônio e promover a articulação entre as políticas municipal, estadual e federal relativas ao principal cartão-postal de BH.

“Nós estamos trabalhando com a Diretoria do Patrimônio Cultural do município, o Iepha e o Ipham para promover a gestão desse perímetro proposto à Unesco, além da zona de amortecimento da área (o entorno). A intenção é conseguir solucionar todas as questões de uma forma integrada e compartilhada, já que a composição do Comitê Gestor é multidisciplinar, porque nós estamos lidando com uma área urbana”, detalhou Luciana.

A nova diretoria é provisória, mas deve se consolidar caso a Pampulha receba o título internacional.

‘Não tem a mínima chance de a gente não ganhar o título’

Entre os envolvidos no processo de conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade para a Pampulha, o clima é de otimismo. “Não tem a mínima chance de a gente não ganhar o título”, disse o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira.

Segundo a presidente do Iphan, Jurema Machado, mesmo com o problema da poluição da lagoa, que ainda não foi resolvido, BH tem grandes chances de conseguir o reconhecimento. Ela citou o exemplo de Salvador, inscrita na lista do patrimônio mundial na década de 80, com o centro histórico em estado de conservação bem mais precário do que é hoje. “A comunidade internacional se coloca junto com o Brasil para favorecer a conservação desse bem. Não significa que os problemas têm de estar todos resolvidos, em situação ideal para se ter o reconhecimento”, disse.

Contudo, o prefeito Marcio Lacerda reiterou que as obras para despoluição estão em andamento. “Uma intervenção importante foi o desassoreamento da lagoa. Agora, a Copasa conclui as redes coletoras em Contagem. E nós resolvemos contribuir instalando estações de tratamento nos córregos próximos da barragem”, disse.

O título irá fomentar o turismo. A decisão será anunciada em junho de 2016, em Istambul, na Turquia.
 

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