(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Sem solução para a segurança das estações do Move há sete meses, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) aposta nos policiais militares reformados como saída para o problema. A alternativa foi apresentada na última segunda-feira (23) pelo prefeito Marcio Lacerda, em entrevista ao Hoje em Dia. Se a proposta for aprovada pela Polícia Militar, vigilantes particulares – já em processo de licitação – não serão contratados.
Para que os policiais façam a segurança das 37 estações, o Executivo pretende arcar com o pagamento de um adicional. O valor não foi divulgado. “São os reformados que, em condições de saúde e idade, querem voltar à ativa ganhando um adicional sobre a aposentadoria”, esclareceu o prefeito.
A alternativa é a segunda apresentada pela PBH desde o vencimento do contrato com a empresa que prestava o serviço de segurança, em julho de 2014. A primeira proposta foi divulgada em dezembro com a publicação de um edital para a contratação de 90 seguranças particulares. A empresa escolhida para o serviço deveria ser anunciada em 2 de fevereiro, mas a Justiça entrou com um mandado de segurança alegando suspeita de irregularidades nas cláusulas da licitação.
Mesmo com a declaração de Lacerda, a BHTrans informou que aguarda a decisão judicial para prosseguir com o certame. Já a PM informou que estuda a viabilidade da contratação de militares da reserva para atuar na segurança das plataformas do Move.
Atualmente, de acordo com a BHTrans, as estações são monitoradas pela Guarda Municipal e pela PM. A segurança nos terminais de integração recebe o reforço de vigilância armada.
Insatisfação
Especialista em segurança, Robson Sávio Souza defende a Guarda Municipal Patrimonial como responsável pela vigilância das estações de ônibus. “Mesmo que, para isso, fosse necessário aumentar o efetivo”.
No entanto, ele afirma que, para resolver a questão, antes será necessário solucionar o problema de base: a insatisfação dos usuários com o sistema. “Se a prefeitura não estiver disposta a discutir a qualidade do transporte, nunca resolverá o problema, como vandalismo, com repressão”, disse.