Prefeituras entregam relatórios com a conta dos prejuízos para a Samarco

Raquel Ramos - Hoje em Dia
30/11/2015 às 07:17.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:08
 (Christophe SIMON/AFP)

(Christophe SIMON/AFP)

Um documento que lista os prejuízos financeiros sofridos por alguns dos municípios afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, deve ser entregue hoje à Samarco. Prefeitos de 17 cidades mineiras querem cobrar da empresa as perdas que sofreram em decorrência da tragédia.
A decisão foi tomada na última semana, durante um encontro da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).

O levantamento deve incluir quanto dinheiro os municípios deixaram de arrecadar desde 5 de novembro, bem como obras emergenciais a serem feitas.

Existe a possibilidade, no entanto, de algumas prefeituras pedirem ampliação do prazo para concluírem a pesquisa.


Montante

O valor total do prejuízo ainda é desconhecido. Mas para se ter uma ideia, só um levantamento preliminar da Secretaria de Obras e Planejamento Urbano de Mariana deu conta de um rombo de R$ 100 milhões. A quantia deve ser muito maior, uma vez que não considerou, por exemplo, as quedas de arrecadação com impostos ou turismo.

Embora a mineradora Samarco tenha sinalizado que está disposta a negociar com as prefeituras, o bloqueio de mais R$ 292 milhões, sob custódia do Banco Central, pode impedir um acordo.

Na última sexta-feira, a empresa afirmou, em nota, que tentava reverter a decisão para honrar com compromissos já feitos – pagamento de funcionários, medidas de reparação dos danos e de prevenção.

Caso a Samarco se feche para o diálogo, a Frente Nacional dos Prefeitos não descarta a hipótese de acionar empresa na Justiça.


Boletim

Segundo o último boletim divulgado pela mineradora, 51 famílias que tiveram as casas destruídas pela lama já foram transferidas para imóveis alugados pela empresa. No último sábado, foram feitos 12 encaminhamentos.

Pelo acordo firmado entre a Samarco e o Ministério Público, ficou definido que o processo de realocação deve ser finalizado até fevereiro de 2016. A prioridade tem sido dada às famílias com idosos com mais de 65 anos, crianças, grávidas e recém-nascidos, pessoas com necessidades especiais ou dependentes de cuidados médicos. Os moradores que ainda não foram atendidos permanecem hospedados em hotéis da cidade.

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