Presídios com alas exclusivas para homossexuais têm paredes pintadas de rosa em Minas

Cerca de 60 presos encarcerados na Grande BH vivem em celas com paredes cor de rosa. No local, eles podem se maquiar, fazer as unhas e manter os cabelos compridos. Além disso, os detentos podem ser chamados pelos nomes que desejam. Esses presidiários são mantidos em pavilhões separados exclusivamente para gays, travestis e transexuais da Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, e no Presídio de Vespasiano. 

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Minas foi o primeiro estado do Brasil a criar alas destinadas a homossexuais. “Aqui você consegue ficar mais próximo do seu mundo, o mundo homossexual. Você convive com pessoas homossexuais, tem a rotina de acordar e se maquiar, não se afasta tanto do mundo lá fora”. Assim Lana Bittencourt, de 22 anos, define o espaço. O detento, de 22 anos, tem os cabelo loiros e anda com as unhas sempre feitas.   Gilreis Neves Raimundo, de 23 anos, que frequentemente recebia visitas da sua companheira, uma travesti, pediu para ser tranferido do Presídio Antônio Durta Ladeira, em Ribeirão das Neves, para o Presídio de Vespasiano. Conforme Geilreis, após a mudança, que ocorreu em abril deste ano, ele consegue cumprir a pena com a liberdade de ser quem é.   Conforme o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, as alas destinadas a homossexuais são para respeitar as diferenças desse público e tem como objetivo a ressocialização.   De acordo com a Seds, a primeira "ala gay" de Minas foi construída em 2009, no Presídio de São Joaquim de Bicas II, também na Grande BH. Depois, o espaço foi transferido para a Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, que atualmente conta com 31 presos homossexuais. Já o pavilhão do Presídio de Vespasiano foi criado em abril de 2013 e conta com 32 presidiários gays.   Nas alas, os presos trabalham com serviços de jardinagem, reciclagem, lavanderia, organização de biblioteca, artesanato, faxina e alguns estudam no compartimento prisional.