Na próxima quarta-feira (17), A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ouvirá o artista plástico Eugênio Fiúza Queiroz, de 66 anos. Detido em 1995, ficou 18 anos preso, por ser confundido com um estuprador em Belo Horizonte. A audiência pública será às 9h, no Auditório da ALMG.
Eugênio Fiúza, apontado, na época, como o "maníaco do Anchieta", foi condenado a 37 anos de prisão após ser reconhecido por uma vítima, e depois por outras oito.
De acordo com o deputado Cristiano Silveira (PT), presidente da comissão e autor do requerimento para a reunião, o objetivo é dar oportunidade ao artista plástico de contar sua história e relatar o que viveu na prisão. “Queremos sensibilizar o Poder Judiciário, para que o processo de pedido de indenização para o senhor Eugênio possa ganhar celeridade. O Estado precisa fazer essa reparação o mais rápido possível”, defende o parlamentar.
Entenda o caso
Eugênio Fiúza foi confundido com o ex-bancário Pedro Meyer, autor de uma série de crimes nos anos de 1990, por apresentar grande semelhança física com ele. Foi preso por engano e o caso ganhou repercussão na imprensa nacional.
Fiúza relatou, em entrevistas, que foi torturado durante o tempo em que ficou preso. Nesse período, a mãe dele e os cinco irmãos faleceram. Atualmente, vive com a única irmã que tem. Ele também diz que, mesmo depois de ter sido inocentado, ainda sofre preconceito.
O deputado Cristiano Silveira conta que o processo de Eugênio está sendo acompanhado na Justiça até hoje. "Ele pede indenização para poder comprar uma casa, montar um estúdio de artes e retomar a vida. Ele também quer escrever um livro sobre esse lamentável episódio. É o mínimo que o Estado deve fazer depois de ter praticamente destruído a vida dele”, explica.
Pedro Meyer foi reconhecido em 2012 e condenado a 13 anos de prisão. Atualmente, cumpre pena em uma penitenciária de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.