Presos líderes de quadrilha que fraudou R$ 160 milhões e ostentava vida de luxo em BH

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
01/11/2018 às 07:44.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:33
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Um advogado e um administrador de empresas apontados como líderes de uma organização criminosa responsável por movimentar R$ 160 milhões com fraudes processuais e lavagem de dinheiro foram presos pela Polícia Civil, nesta quinta-feira (1º), durante a 3ª fase da "Operação Apate". Os homens, de 31 e 32 anos, ostentavam vida de luxo em Belo Horizonte com o dinheiro obtido de forma ilícita.

Eles estavam foragidos desde o dia 13 de setembro, quando a corporação deflagrou a 1ª fase da ação. O setor de inteligência da corporação monitorou os suspeitos que, para dificultar a prisão, mudavam constantemente de casas. Porém, os dois foram detidos nesta manhã. 

A ação foi comandada pelo delegado Vinícius Dias, que informou que a dupla seria especializada em lavagem de dinheiro, inúmeras fraudes processuais, vários estelionatos e falsificações de documentos públicos e privados em cartórios. As investigações indicam, ainda, que a quadrilha montava empresas de fachadas e aumentava o capital social delas. Depois, distribuía os lucros e fechava as empresas.

Além das prisões, a Justiça mandou bloquear cinco imóveis, sendo quatro em BH e um em Cabo Frio (RJ). As contas bancárias dos envolvidos foram bloqueadas e a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos suspeitos foi autorizada.

Golpe 

A quadrilha atuava principalmente em Belo Horizonte, Pará de Minas e Contagem, por meio da abertura e do fechamento sucessivo de empresas fantasmas em nome de empresários famosos, que não sabiam do esquema. Segundo a Polícia Civil, documentos falsos, emitidos em nome de grandes empresários, eram usados para facilitar a abertura das empresas e também as operações financeiras da quadrilha, como empréstimos falsos. 

As empresas duravam poucos meses e, quando as vítimas viam que tinha uma conta corrente ou empréstimo no nome delas, a organização já tinha fechado aquela empresa e passado para outra, de outro ramo. Aparentemente, os membros tinham um bom conhecimento de trâmites comerciais, facilidade para solicitar procurações em cartórios e acesso a processos em fóruns e no Tribunal de Justiça. 

Nas casas dos suspeitos foram apreendidos relógios, carros de luxo, bebidas e instrumentos musicais. Entre outros crimes, os envolvidos responderão por organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e particular, estelionato e falsidade ideológica. A pena mínima é de 25 anos de reclusão, podendo chegar a 60 anos.

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