(Lucas Prates)
Subiu para nove o número de mortes causadas pelas chuvas em Minas. Cinco óbitos foram confirmados na última segunda-feira (5) pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). As fatalidades remetem a um problema histórico provocado pelo descaso com a prevenção a desastres. Nos últimos cinco anos, 127 pessoas perderam a vida durante temporais no Estado.
Desde 2007, vendavais, alagamentos e inundações atingiram mais de 7 milhões de mineiros, causando prejuízos exorbitantes, de R$ 3,5 bilhões. O cálculo tem por base danos materiais, ambientais e humanos sofridos após as catástrofes. O valor foi informado à Cedec pelos municípios atingidos.
Para o economista Gil Castello Branco, especialista em finanças públicas, os estragos mensurados em cifras bilionárias refletem um problema recorrente em todo o país.
“A cada temporada de chuva, a história se repete. Gasta-se muito mais em ações pós-tragédias, reconstruindo cidades inteiras, porque se investe pouco na precaução”.
Castello Branco reforça a necessidade de um entrosamento entre municípios, estados e União para realização de obras estruturais, contenção de encostas e reassentamento de famílias.
“São intervenções caras, mas necessárias. Investimentos como esses ainda são limitados”, adverte Castello Branco, também presidente da ONG Contas Abertas, entidade que reúne informações sobre as execuções orçamentárias, financeira e contábil das administrações públicas.
R$ 777 milhões
Em nota, o governo do Estado informou o investimento de R$ 110 milhões na recuperação de rodovias estaduais danificadas pelas chuvas, em 2012. Em janeiro, foi elaborado um projeto, de R$ 1,25 bilhão, para obras preventivas, já apresentado à União. Cerca de R$ 777 milhões foram aprovados.