No próximo dia 27 deste mês, acontece em Belo Horizonte o primeiro júri popular brasileiro de um crime de homofobia. O julgamento dos réus Ricardo e Diego Athayde, pai e filho, será realizado no Fórum Lafayette, 11 anos após o assassinato do bailarino Igor Xavier, em Montes Claros, no Norte de Minas. O deputado federal Jean Willys e a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, se programam para vir a capital para acompanhar a sessão, que já foi adiada por três vezes.
Segundo denúncia do Ministério Público, a vítima estava numa cachaçaria, no centro daquela cidade, e teria sido convidada por Ricardo Athayde para ir ao apartamento dele. Os dois iriam até o imóvel para pegar um material que ajudaria o bailarino na produção de um espetáculo.
No local, Ricardo teria contado com a ajuda do filho, Diego, e torturado o rapaz. Depois disso, Igor foi baleado com cinco tiros. Os suspeitos, conforme o MP, limparam a cena do crime e deixaram o corpo do bailarino em uma estrada. Atualmente, pai e filho respondem pelo crime em liberdade.
A Justiça considerou o assassinato de Igor como homicídio duplamente qualificado, podendo prescrever em 20 anos. Apesar do crime ter ocorrido no Norte de Minas, o processo foi transferido para Belo Horizonte, pois o clamor público do caso poderia interferir no júri.
Em entrevista à Radio Itatiaia, a mãe da vítima, Marlene Xavier , disse que espera que "a Justiça seja a grande vencedora, porque a família já está sofrendo muito. A gente não aguenta mais tanta derrota e tanto sofrimento com essa impunidade".