(Bruno Inácio)
Em queda desde 2017, os registros de crimes violentos em Minas Gerais atingiram, em 2019, o menor índice da série histórica. De janeiro a junho deste ano, foram notificados 34.379 ocorrências no Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), que engloba todas as regiões do Estado e foi implantado em 2012. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (17), pelo governador Romeu Zema (Novo).
Antes, o único ano que tinha apresentado menos de 40 mil ocorrências de crimes violentos no primeiro semestre tinha sido 2012, no início da implantação da atual metodologia de aferição. A série histórica mostra que, após o pico de 2016, com mais de 73.127 registros, o Estado vem apresentando quedas seguidas nos dados de crimes violentos. Passaram para 67 mil nos primeiros meses de 2017 e 46 mil nos seis meses iniciais de 2018.
A queda no primeiro semestre de 2018 em comparação com 2019 foi, no total, de 26,8%. Os números levam em conta apenas os crimes violentos: homicídio, sequestro, estupro e roubo. Destes, o estupro (-38%) e o roubo (-28%), foram os que apresentaram maior queda. O menor recuo ficou com a extorsão mediante sequestro, que engloba principalmente as ações contra gerentes de bancos. Foram 34 nos primeiros seis meses de 2018, ante 32 nos seis primeiros meses de 2019.Sejusp/Divulgação
Reds mostrou diminuição em todos os crimes violentos, mesma tendência dos últimos três anos
O governador de Minas, creditou a melhora nos índices à integração maior entre as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Sistema Prisional, que, na opinião dele, nunca tiveram tanta integração. "Eu gosto muito de dizer que Minas Gerais é um Estado abençoado por ter as melhores forças de segurança do Brasil", afirmou.
Homicídios
Já o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, general Mário Araújo, seguiu caminho diferente. Destacando a queda no número de mortos em Minas, que caíram de 1.624 assassinados em 2018 para 1.330 em 2019, ele fez questão de ressaltar que há boas ações que foram realizadas tanto por gestões tucanas quanto petistas no Estado, e que a queda da criminalidade está seguindo uma série história.
"Não se trata de fazer politicagem com os números. A queda dos números, assim como dos homicídios, já estava caindo na gestão anterior (de Fernando Pimentel, do PT). Agora o que vamos fazer é ampliar o que está dando certo", indicou.
Dentre os exemplos dos programas que considerou mais efetivos na redução dos crimes, exemplificou o Fica Vivo, implantado na gestão de Aécio Neves (PSDB) e as bases comunitárias móveis da PM (PT).
Atualizações
Questionado sobre mudanças no Reds, que hoje não computa dados de feminicídio ou crimes contra LGBT's, o secretário deixou em aberto a possibilidade de que eles possam fazer parte dos levantamentos a partir de agora. "Até então não faziam parte, mas podemos avaliar", disse.
Já o chefe da Polícia Civil no Estado, delegado Wagner Pinto, disse que o importante no momento é que a Polícia Civil já faz a investigação destes dois tipos de delitos e que as delegacias em todo o Estado estão preparadas para acolhimento de denúncias.
"É importante que a investigação policial norteie os números levantados pelo Estado. E hoje, é por meio das investigações que chegamos aos dados que compõem os Reds, eles vêm da investigação policial", explicou.Sejusp/DivulgaçãoDesde 2017, crimes violentos vem caindo em Minas Gerais