(Ana Júlia Goulart)
Garantir proteção contra a febre amarela não tem sido tarefa fácil em BH. Filas, horas de espera e a possibilidade de ir embora sem conseguir a dose da vacina foram constatadas pela reportagem do Hoje em Dia em postos das regiões Centro-Sul e Noroeste.
A principal queixa de quem buscava a prevenção era a demora. Na última segunda-feira (15), a elevada procura zerou estoques no Centro de Saúde Carlos Chagas, no Santa Efigênia, região Centro-Sul de BH.
Nessa terça-feira (16), a aposentada Maria Alice Balbino, de 74 anos, voltou à unidade. “Na segunda, perdi viagem. Cheguei por volta das 14h e me informaram que tinha acabado”. A todo minuto, outras pessoas chegavam no local. O aviso da lentidão era dado logo após os pacientes retirarem senhas.
No Centro de Saúde Oswaldo Cruz, no Barro Preto, também na região Centro-Sul, usuários reclamavam do atendimento. O advogado Ipojucan Ayala chegou por volta das 8h. Às 10h, ainda aguardava. “Liguei antes e me informaram que a espera era de 30 minutos”, conta o advogado, que só conseguiu a imunização quase três horas após chegar ao posto.
Poucos funcionários
No Centro de Saúde Carlos Prates, região Noroeste, a sala de espera estava cheia. A demora, segundo os pacientes, passava de duas horas. Em conversa com funcionários, a alegação era a falta de profissionais.
“Estou sozinha e vim de outro setor para ajudar na vacinação. Infelizmente, vai demorar. Estamos com dois funcionários a menos”, afirmou uma atendente, que pediu para não ser identificada.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde admitiu a falta de vacina no Centro de Saúde Carlos Chagas. Mas, segundo a pasta, o reabastecimento ocorreu na tarde do mesmo dia.
Sobre o posto do Barro Preto, a secretaria informou que abriu uma sala para cadastro visando uma melhor organização e agilidade. A unidade tem dois profissionais de enfermagem.
Com relação ao Carlos Prates, a informação repassada é a de que a unidade também tem dois profissionais atendendo normalmente na sala de vacina.
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