Faculdade de Medicina

Professor da UFMG é suspeito de cometer crimes de ódio nas redes sociais; docente nega acusações

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
10/11/2022 às 15:23.
Atualizado em 10/11/2022 às 16:41

Um professor da Faculdade de Medicina da UFMG é suspeito de cometer crimes de ódio, dentro e fora da instituição, especialmente por meio das redes sociais. A universidade apura o caso. O docente nega as acusações.

De acordo com as denúncias, os atos estariam sendo praticados há, pelo menos, dois anos. Em publicações compartilhadas nas redes sociais, o professor faz ameaças de violência física, declarações racistas, homofóbicas, transfóbicas, misóginas, perseguição política, assédio moral e sexual e incitação à desordem.

No Twitter, há publicações em que o suspeito pede fotos de mulheres nuas e até desencoraja a vacinação contra a Covid-19.

Em outros posts, ele ataca a vereadora de Belo Horizonte e deputada federal eleita, Duda Salabert (PSD), e o deputado federal reeleito por Minas, André Janones (Avante).

(Reprodução / Redes Sociais)

(Reprodução / Redes Sociais)

(Reprodução / Redes Sociais)

(Reprodução / Redes Sociais)

O que dizem as instituições
Por nota, a UFMG informou que está ciente do caso e que “vai tomar as providências cabíveis, por meio de processo administrativo disciplinar”.

A universidade observou que, desde 2016, o Conselho Universitário proíbe, expressamente, "todo preconceito ou discriminação contra pessoas, em função de sua orientação sexual lésbica, homossexual, bissexual ou identidade de gênero presumidas".

Nas redes sociais, a Faculdade de Medicina republicou a nota da UFMG e reiterou, dizendo que as afirmações do professor "não a representam em nenhum grau".

As instituições salientaram que os imunizantes disponíveis no país são eficazes contra Covid.

"A unidade esteve e se mantém ativamente participativa no enfrentamento a pandemia, inclusive com pesquisas e cooperação em desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19”, 
diz trecho da nota.

(Reprodução / Redes Sociais)

(Reprodução / Redes Sociais)


Indignação
Nas redes sociais, diversos usuários cobram da UFMG e da Faculdade de Medicina uma medida mais rígida contra o docente, e que ele responda civilmente pelos ataques e ofensas.

Um dos internautas questionou: "mais um processo administrativo disciplinar? Saberiam nos informar quantos já se acumulam? (...) Vai dar em alguma coisa ou vai dar em nada como sempre? Pelo menos uma vez façam o certo".

Em outro post, um usuário ressaltou que "enquanto a @facmedicinaufmg e a @ufmg não agirem para responsabilizar esse indivíduo civilmente, ele continuará cometendo crimes em nome da instituição (...) Não podemos admitir que pessoas como essa continuem à frente da educação na nossa instituição".

O que diz o professor

Ao Hoje em Dia, o professor afirmou que não tem nenhum perfil no Twitter e que trata-se de uma conta falsa. 

“Tive acesso a alguns prints atribuídos a mim que parecem, de fato, descabidos. (...) O conteúdo a mim atribuído é irregular e criminoso. Não sou autor de qualquer fala na plataforma pelo fato de não ser usuário”. 

Disse ainda que a nota da Faculdade de Medicina é ilegal e que as acusações são “crimes contra minha pessoa, cuja motivação desconheço”.

O professor ainda afirmou que a nota não menciona nenhuma irregularidade interna. Ele que procurou a Corregedoria e Procuradoria da UFMG na condição de vítima.

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