(Lucas Prates/ Hoje em Dia)
O anúncio da saída de Alexandre Kalil (PSD) da Prefeitura de Belo Horizonte para a pré-candidatura ao governo de Minas foi marcado por protestos e início de confusão na manhã desta sexta-feira (25). Enquanto o até então prefeito da capital discursava no hall principal do prédio da administração municipal, professores manifestavam na porta do local e, com palavras de ordem, pediam que o chefe do Executivo cumprisse o reajuste salarial da categoria para o pagamento do piso.
O protesto era ouvido por quem estava na cerimônia nesta manhã. Um início de confusão, no entanto, marcou o ato. Segundo professores da rede municipal de ensino que estavam no local, equipes da Guarda Municipal teriam usado força excessiva para conter os manifestantes. Um deles ficou ferido, chegou a ficar desacordado, e precisou ser socorrido ao Hospital João XXIII.
Abalada, Evangely Rodrigues, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Publica Municipal de BH (Sind-Rede), contou ao Hoje em Dia que a categoria realizava um ato pacífico, com a presença de cerca de 20 pessoas, quando o grupo foi atingido por spray de pimenta e tiros de bala de efeito moral.
“Desmaiou nosso colega, o homem mais pacífico que eu conheço. Ele apanhou em 2018 e agora novamente. Ele foi socorrido desmaiado. É um absurdo a guarda municipal bater em professor. Nós somos professores dos filhos deles. Como assim? A gente está fazendo um ato pacífico, lutando pelo cumprimento de uma lei. Estamos em uma greve justa e vem a violência em cima da gente. O Kalil mancha a história da prefeitura”, disse.
A também diretora do Sind-Rede, Vanessa Portugal, alegou ter sido diretamente agredida durante o ato.
“Os guardas pediram que a gente saísse pelas extremidades e nós dissemos que não, que estávamos no passeio e que a gente não ia agredir ninguém. Mas eles chamaram a tropa de choque, que me agarraram, me agrediram e arrastaram. Nós estávamos gritando ‘negocia Kalil’, mais nada”, contou.
Ato será investigado
Conforme informou o secretário Municipal de Segurança e Prevenção da PBH, Genilson Zaferino, o ato será investigado
“Embora a cena tenha sido feia, a gente precisa avaliar se era preciso fazer aquilo. Essas coisas serão tomadas a partir de um próprio processo da guarda. Nesse momento, o comando que acompanhou, está encaminhando o caso para a corregedoria, que fará a apuração preliminar, e agora, 13h, temos uma reunião. Se de fato constatar que houve excesso, a pessoa será punida”, concluiu.
Ainda segundo o titular da pasta, o professor agredido teve um corte superficial na cabeça. Ele será assistido pela prefeitura.
“Houve uma transgressão dele do ponto de vista da segurança e foi contido. O que precisa discutir é se isso aconteceu dentro de uma lógica ou se houve excesso”, finalizou.