Ao contrário de algumas categorias que têm feito manifestações nas ruas de Belo Horizonte e conquistado apenas a apatia da população, os professores da rede particular de ensino encontraram um jeito criativo de chamar a atenção para as reivindicações da categoria. Com teatro de bonecos, palhaços e apresentações de malabarismo, cerca de cem manifestantes fizeram um ato na praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul, neste feriado do Dia do Trabalho (1º). O ato não prejudicou o trânsito no entorno.
A principal reivindicação dos professores . Os educadores da rede particular tiveram a oportunidade de conversar com as pessoas que trafegavam pela praça, muitos deles pais que levaram os filhos para participar das atividades. “Fazer uma assembleia neste dia é fundamental para resgatarmos a importância dessa data histórica para os trabalhadores. É algo simbólico também. Ao ocuparmos um espaço público, daremos uma aula de cidadania, levando para a sociedade a importância da valorização dos professores, sem a qual não há educação de qualidade”, afirmou Aerton Silva, diretor do Sinpro Minas.
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A ação complementa uma série de visitas realizadas ao longo dessa semana em escolas particulares da capital mineira. Segundo o Sinpro, muitos pais não sabem que a situação dos professores da rede particular é preocupante. Na educação infantil, por exemplo, há educadores que recebem entre R$ 9 e R$ 10 por hora/aula. Uma outra exigência da categoria é a equiparação dos pisos da educação infantil e manutenção das conquistas previstas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Os professores da rede particular querem a garantia da manutenção dos direitos adquiridos na convenção coletiva de trabalho, como bolsa de estudos, adicional extra-classe de 20% e reajuste salarial. Uma reunião foi realizada nessa terça-feira (30) entre representantes do sindicato dos professores e o sindicato patronal para tentar um acordo. O encontro não avançou e uma nova data deve ser agendada para que os sindicatos entrem em um consenso.
Uma paralisação geral deve ser realizada na próxima quinta-feira (9), conforme o Simpro.
Copa do Mundo entrou na pauta
Os donos das escolas particulares propuseram antecipar o início das aulas para meados de janeiro devido à realização da Copa do Mundo, em 2014. Contudo, a proposta foi rejeitada pela categoria. A diretoria do Sinpro-MG informou que entregou ao patronal uma proposta de calendário que contempla os 200 dias letivos definidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), além das férias em janeiro, recesso em julho e feriado apenas nos dias de jogos do Brasil.
“Reafirmamos que não aceitaremos alteração das férias de janeiro. Entregamos um calendário para o patronal, com recesso só nos dias de jogos, e eles não se deram ao trabalho de discutir. Não há justificativa para emperrar as negociações por causa do calendário da Copa”, afirmou Gilson Reis.
(*) Com informações do Sinpro-MG.