Promotor afirma que réu teria um caso com bailarino assassinado em Montes Claros

Thaís Mota - Hoje em Dia
27/08/2013 às 16:11.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:22

Na primeira sessão do julgamento dos acusados de assassinar o ator e dançarino Igor Leonardo Lacerda Xavier, o promotor de Justiça, Gustavo Fantini, afirmou que o zootecnista Ricardo Athayde teria um caso amoroso com a vítima e que os dois teriam se encontrado pouco antes do crime. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Ricardo e seu filho Diego Athayde são acusados de matar o artista, em julho de 2004.    Segundo Gustavo Fantini, a vítima era assumidamente homossexual, mas garante que não houve luta corporal na cena do crime e que o bailarino foi morto com tiros à queima roupa em uma execução, contrariando a versão dos réus. Além disso, o representante do MPE afirmou que a versão contada pelos réus é "absolutamente incompatível" com a prova pericial. "Igor foi sumariamente executado", bradou.   O julgamento começou por volta das 9h30 no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, e após a formação do Conselho de Sentença - com quatro mulheres e três homens - , o juiz Glauco Fernandes iniciou o interrogatório de Ricardo Athayde. Todas as testemunhas arroladas pela defesa e acusação foram dispensadas.   Em depoimento, Ricardo Athayde reafirmou que atirou contra o dançarino porque a vítima teria assediado sexualmente seu filho. Além disso, ele garantiu que a arma disparou acidentalmente e atingiu o dançarino, que teria partido para cima do réu iniciando uma briga. Entretanto, Ricardo portava duas armas, sendo uma pistola 380 e um revólver calibre 38.   De acordo com as investigações, Igor Leonardo foi morto com cinco tiros no apartamento dos réus e depois teve seu corpo levado para uma estrada vicinal, próxima à Montes Claros. Em juízo, Ricardo confessou a ocultação de cadáver, entretanto o crime já prescreveu, assim como as acusações de uso de artifício para alterar a cena do crime e fraude processual.   Já Diego Athayde afirmou que o bailarino chegou ao apartamento da família e teria feito elogios à sua pessoa e o assediado sexualmente. Neste momento, Ricardo, que teria presenciado a cena, buscou duas armas e atirou contra a vítima. Ainda segundo o acusado, o pai não tinha costume de receber ninguém em sua casa, mas emprestaria um livro de Filosofia a Igor Leonardo e, por isso, ele teria ido até o apartamento dos réus.    Apesar de não responder à maioria das perguntas da acusação, Diego Athayde afirmou que não atirou contra o bailarino e que não se lembra quantos tiros foram disparados. A declaração foi respaldada pelo promotor Gustavo Fantini, que pediu a absolvição do réu, já que não há provas no processo de que ele teria disparado contra a vítima.   Após o interrogatório dos suspeitos, o juiz Glauco Fernandes concedeu intervalo para almoço e o julgamento foi retomado às 13 horas com a fase de debates iniciada pelo promotor de Justiça, Gustavo Fantini, e seguida pelo assistente de acusação, Ernesto Freitas. Em seguida, a defesa dos réus terá um tempo de 2h30 para as alegações.

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