(Carlos Roberto)
Após a primeira sessão do julgamento do goleiro Bruno Fernandes e de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, o promotor Henry Wagner Vasconcelos disse em entrevista coletiva que trabalha com a possibilidade de que o atleta não confesse o crime, mas garantiu que as provas contra ele são "robustas e sérias". O promotor descartou ainda qualquer possibilidade de acordo entre acusação e a defesa do goleiro, como sinalizada mais cedo pelo advogado da família de Eliza Samudio, José Arteiro. "Não existe possibilidade de acordo com o Bruno. Se ele confessar será beneficiado por disposição legal jurídica, mas não haverá acordo", reforçou Henry Wagner. Sobre o depoimento da delegada Ana Maria Santos, o promotor disse que foi "profuno e prolixo" mas de extrema importância. Segundo o promotor, a fala da policial civil serviu para qualificar e credibilizar o depoimento do primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa. "O depoimento foi extremamente valioso para o Ministério Público porque reafirmou a credibilidade do Jorge sobre a forma como foi executado o crime", completou. Henry Wagner também criticou a postura do goleiro Bruno Fernandes durante o julgamento, completamente oposta à sua atitude durante o último júri. Segundo o promotor, ao ficar com a cabeça baixa e até chorar em alguns momentos, o réu estaria fazendo um "teatro" com o objetivo de sensibilizar os jurados. Por fim, o promotor disse que o ex-policial civil José Lauriano de Assis, o "Zezé" será "denunciado oportunamente". Ele é investigado em um novo inquérito aberto recentemente e pode ter participado do assassinado da ex-modelo Eliza Samudio. Além dele, o ex-integrante do hoje extinto Grupo de Respostas Especiais (GRE), o policial Gilson Costa, também é investigado. Sobre uma informação de que o advogado Ércio Quaresma também estaria sendo investigado, Henry Wagner negou. Entenda o caso Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje. Acusado de homicídio triplamente quaificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, o goleiro Bruno está sendo julgado esta semana. Segundo a acusação, o atleta seria mandante do crime. Além dele, está sendo julgada também sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, que responde por sequestreo e cárcere privado. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", é acusado de matar Eliza Samudio. Ele responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O julgamento de "Bola" está marcado para ocorrer no dia 22 de abril. O ex-policial, o goleiro Bruno e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues tiveram o processo desmembrado durante o júri popular que ocorreu de 19 a 23 de novembro do ano passado, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem. Na ocasião, apenas Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", e Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno, foram julgados. Macarrão foi sentenciado a 15 anos de prisão e Fernanda a cinco no regime aberto. Além deles, ainda serão julgados o ex-caseiro do sítio de Bruno, Elenilson Vítor da Silva e o motorista do atleta, Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha". Os réus respondem por sequestro e cárcere privado e devem ser julgados em 15 de maio.
*Com informações de Renata Evangelista