(Leonardo Morais)
Considerada peça chave para o fim do protesto e liberação dos reféns na sede do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), em Governador Valadares, Leste do Estado, a promotora da Vara da Infância e Juventude e coordenadora da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (CIMOS) do Vale do Rio Doce, Lourdes Guerreiro da Rosa, afirmou que recebeu de Brasília um e-mail garantindo que a coordenadora do DSEI, Fátima Silva, ficará afastada do cargo até a apuração das denúncias feitas pelos índios.
De acordo com promotora, toda a gestão será analisada, com ações e omissões de Silva. "Eles querem diálogo, serem ouvidos e, mudando a coordenação, haverão novas negociações. Mudando já é alguma coisa", disse.
Embora o dia tenha sido tenso, os reféns foram bem tratados, garantiu." Agora cabe ao governo apurar as falhas que os indígenas estão contando. Eles estão sofrendo violações dos seus direitos há muito tempo", enfatizou, contando que os Krenak de Resplendor estão passando sede há muito tempo, desde antes da chegada da lama ao rio. Estariam, inclusive, sem água encanada na aldeia em Resplendor.
Refém por quase 12 horas, Rosa Maria da Silva, de 50 anos, saiu aliviada. Para ela o pior momento foi quando chegaram rumores de que a polícia iria invadir. "Mas acabou bem, graças a Deus".
O vice-cacique, Alexandre Pataxó, disse que as negociações avançaram, mas não foram encerradas. Eles querem a exoneração da chefe do distrito e não apenas o seu afastamento. "Precisamos de um novo coordenador, com perfil e que compreenda as necessidades dos índios", defende.
Na próxima segunda-feira, um grupo formado por 12 índios, de várias etnias, vai a Brasília conversar com a direção da FUNAI e Funasa sobre as necessidades enfrentadas pelas aldeias.