(Cristiano Machado)
De barco da Igrejinha ao Iate, passando pela Casa do Baile, com desembarque no Museu de Arte. Imagine visitar o conjunto moderno da Pampulha ultrapassando os limites do asfalto. A implantação de táxis aquáticos no espelho d’água é a mais nova e inusitada proposta para o principal cartão-postal de BH, que concorre ao título de patrimônio da humanidade.
Após o próprio prefeito Marcio Lacerda afirmar recentemente que vai velejar nas águas da represa em 2017, é avaliada a possibilidade de ter pequenas embarcações na lagoa, ligando as edificações projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907 - 2012).
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“Por que não? Claro que isso é possível e estamos avaliando esse projeto. Quer algo mais limpo, menos poluidor?”, questiona Luciana Rocha Féres, diretora do conjunto moderno da Pampulha, órgão vinculado à Fundação Municipal de Cultura (FMC). Segundo ela, seria necessário criar concessões junto aos interessados em prestar o serviço.
A proposta espelhada em cidades de primeiro mundo, como Veneza e Nova Iorque, porém, demanda vários desafios e a sintonia de uma série de fatores. O principal é dar um final feliz à novela que se arrasta há décadas: a despoluição da lagoa.
Trabalho
A limpeza para classificar a represa como “Classe 3” – apta para recreação, dentre outras atividades – atingiu parte da meta estipulada. Último balanço divulgado mostra níveis aceitáveis em três dos cinco componentes responsáveis pela sujeira.
O trabalho é feito com a aplicação de dois produtos químicos. Um atua na degradação do excesso de matéria orgânica e reduz a presença de coliformes fecais. O outro promove a redução do fósforo e controla a floração de algas.
Outro entrave é o esgoto. A Copasa pretende, até dezembro, concluir 90% da coleta, interceptação e tratamento do esgoto gerado pelos imóveis na bacia da Pampulha. Para atingir os 100%, a empresa afirma ter um programa permanente que identifica os lançamentos indevidos e que são necessárias ações conjuntas entre os municípios de BH e Contagem.
Série
Conforme o Hoje em Dia tem mostrado, Belo Horizonte está em contagem regressiva pela obtenção do título de patrimônio cultural da humanidade, pela Unesco. Desde o último domingo, novidades e um resgate histórico da Igrejinha, Museu de Arte e agora o Iate têm sido mostrados.
Outra edificação imponente que integra o conjunto moderno é a Casa do Baile. Lá, acontece uma exposição sobre a trajetória da Pampulha narrada pelo prefeito na época da construção, Juscelino Kubitschek (1902 - 1976). A mostra começa no próximo sábado. Discursos de JK e fotos históricas das antigas festas poderão ser vistas pelos visitantes até 23 de agosto, de terça a domingo, das 9h às 18h.
Segundo o gestor do equipamento cultural, Guilherme Maciel Araújo, um painel de 13 metros de largura por 2,60 metros de altura será montado no interior projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.