(Lucas Prates/Hoje em Dia)
Moradores de Belo Horizonte enfrentam lentidão e engarrafamento quilométrico na manhã desta quinta-feira (22) por causa do ato convocado pelas centrais sindicais contra o governo Michel Temer. De acordo com a BHTrans, a concentração dos manifestantes ocorreu na Praça da Estação. De lá, eles seguiram em direção a Praça da Assembleia.
No trajeto, o trânsito foi bloqueado nos dois sentidos a Praça 7. Além da avenida Afonso Pena, outras vias da área central da cidade tiveram o tráfego bloqueado pelos manifestantes. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) houve seis pontos de concentração e interdição nesta manhã.
O ato acontece em vários municípios do Brasil e foi convocado pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, CGTB, NCST e CSP-Conlutas em defesa de medidas de estímulo à economia, como redução da taxa de juros, e contra mudanças na legislação trabalhista e na Previdência Social, que entendem como retirada de direitos.
Para os dirigentes sindicais, as propostas de reforma da Previdência e da CLT colocam sobre as costas dos trabalhadores os custos de superação da recessão econômica. O governo do presidente Michel Temer elabora uma proposta para alterar as regras de aposentadoria para conter o rombo da Previdência Social. Entre as medidas discutidas, estão aumento da idade mínima para aposentadoria e desvinculação do benefício ao salário mínimo. CUT-MG
Apesar do adiamento da reforma trabalhista para o segundo semestre de 2017, conforme anunciado nesta quarta (21) pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o tema ainda foi um dos principais alvos dos discursos dos sindicalistas, que se opõem a mudanças na lei.
Os sindicalistas se dividem sobre o tema - a CUT é contra qualquer mudança, já a Força negocia com o governo-, mas há consenso de que essas mudanças não devem valer para quem está hoje ativo no mercado. A mobilização acontece em diversas capitais do país e é a segunda vez que as centrais se unem com esse objetivo. A primeira manifestação aconteceu em 16 de agosto.
Além da oposição às reformas, os líderes sindicais também criticaram a ampliação da terceirização para atividades fim e mudanças na regra de exploração do pré-sal.
Diferentemente do primeiro protesto, em que muitos dos participantes usavam adesivos "Fora Temer", na ação desta quinta - após a conclusão do processo de impeachment no Congresso- não houve manifestações pedindo a saída do presidente, mas críticas às suas propostas.