(Elza Fuiza/ABr)
A causa em prol dos guarani-kaiowá deve reunir aproximadamente mil pessoas no próximo sábado (3) na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte. A manifestação é para apoiar a tribo que luta há décadas para conseguir a posse da terra em que vivem em Mato Grosso do Sul e também para levantar a questão de comunidades que podem ser despejadas na capital mineira. Descendente da tribo indígena krenak, Fidélis Alcântara é um dos organizadores do evento e estima que pelo menos mil pessoas passem pela "Praia Guarani-Kaiowá", como está sendo chamada a concentração. Em uma página criada no Facebook, pelo menos 150 pessoas confirmaram presença no evento até as 16 horas desta quarta-feira (31). Além do protesto, estudantes devem organizar exposições para contar um pouco mais sobre a história e os costumes dos índios no Brasil. A concentração terá início às 11 horas, mas o evento deve durar até o final da tarde. Brasília Com rostos pintados, estudantes de escolas e universidades de Brasília se reuniram com representantes de movimentos sociais e indígenas de vários estados, como São Paulo e Mato Grosso, para declarar apoio aos guarani-kaiowá. O manifesto, que reuniu aproximadamente 600 pessoas, contou ainda com o apoio de representantes de outros grupos indígenas. É o caso de Manuel Claudionor, índio da etnia Mutina, de Mato Grosso. Ele é estudante e disse que soube do protesto pelas redes sociais. “Vim pelo que acontece na terra dos guarani, que estão perdendo a terra, muitos estão sendo assassinados ou estão se matando pela perda da sua terra, da sua cultura. Somos índios e temos convicção de que todos temos os mesmos direitos. Somos os primeiros habitantes do Brasil”, disse. O ato que marcou a primeira manifestação pública a favor do povo Guarani-Kaiowá nas ruas da capital federal, desde que os conflitos entre índios e fazendeiros foram retomados, começou a ser organizado por um grupo de estudantes da Universidade de Brasília (UnB). “Começamos a divulgar nas redes sociais e rapidamente tivemos a adesão de centenas de pessoas que começaram a mudar seus nomes no perfil do Facebook [acrescentando o nome da etnia Guarani-Kaiowá aos sobrenomes] e confirmaram a presença na passeata. Essas pessoas divulgaram várias informações sobre a realidade desse povo”, explicou Luiza Oliveira, estudante da UnB. Na última terça-feira (30), o governo federal anunciou a suspensão da liminar que determinava a retirada dos índios guarani-kaiowá da Fazenda Cambará, em Mato Grosso do Sul. Com a decisão da Justiça, cerca de 170 índios que vivem no acampamento atualmente devem permanecer no local até que a demarcação de suas terras seja definida. Representantes do governo ainda garantiram que vão agilizar o processo de estudos para demarcação da terra indígena. De acordo com o Ministério da Justiça, a Fundação Nacional do Índio (Funai) vai apresentar, em 30 dias, o relatório final com a delimitação da área reivindicada pelos índios. *Com Agência Brasil