(Riva Moreira)
“Marielle Presente”, “Nossas vidas importam”. Em meio ao axé e às músicas mais tradicionais do Carnaval de Belo Horizonte, palavras de ordem contra o governo do presidente Jair Bolsonaro e protestos pela vida marcam o o desfile do Então, Brilha!. O bloco é o primeiro a desfilar na capital mineira, na manhã deste sábado (2). Cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores, participam do cortejo pela avenida dos Andradas, no centro da capital.
O desfile, que partiu da rua Curitiba, seguirá em direção à Praça da Estação, também no Centro, de onde dispersa por volta de 12h30. A concentração, marcada para sair pouco depois das 6h, só saiu às 7h.
“Nós queremos gritar contra o genocídio da população negra, porque também importamos e merecemos viver. Marielle, Presente”, gritou o animador do bloco, antes de a cortina de fumaça branca e amarela tomar conta da avenida e a multidão repetir o hino.
Aprovação
Para foliões, politizar o Carnaval é natural. “Desde que haja respeito à diversidade, esses gritos de ordem vão acontecer. O Carnaval de Belo Horizonte é político”, colocou a professora Cláudia Duarte Oliveira, de 38 anos. Moradora do bairro Tirol, na região do Barreiro, ela curte a folia na cidade há oito anos.
Quem veio de fora se surpreendeu positivamente. A camareira Juliana Pereira, de 42 anos, é de São Paulo e passa a festa em BH pela primeira vez. “Acho interessante porque aqui as pessoas protestam até contra a previdência enquanto se divertem. Isso faz da festa ainda melhor. Estou amando”, afirmou.
Até as 9h, segundo a Polícia Militar (PM) ainda não haviam sido registradas ocorrências maiores, violentas, somente furtos, a maioria de celulares.
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