(Divulgação/Sistema de Informações Judiciais)
Um psicólogo de 60 anos foi preso preventivamente pela Polícia Civil, nessa quarta-feira (19), suspeito de abuso sexual contra dois jovens com deficiência intelectual, assistidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São João del Rei, na região Central do Estado.
Além da prisão por crime sexual contra vulnerável, a polícia apreendeu dois computadores e um telefone celular que estavam na residência e no consultório do investigado, em Ibituruna, no Centro-Oeste de Minas. O material foi encaminhado para a perícia e poderá ajudar a identificar possíveis novas vítimas.
A operação denominada "Lobo Mau" teve início em abril de 2018. Na época, segundo Layder Diego Santos, administrador da Apae, a associação começou a receber diversas ligações anônimas que afirmavam que o psicólogo mantinha relações com assistidos pelo centro de apoio. A Apae decidiu demiti-lo e encaminhar as denúncias ao Ministério Público, que acionou a Civil.
"Até esse momento, ele tinha uma conduta inquestionável como psicólogo. Não havia reclamações de pais, mas também não recebíamos elogios", contou Layder. Durante toda a investigação, a instituição manteve sigilo sobre a identidade dos abusados e afirmou ter reforçado o apoio psicológico às vítimas e a seus familiares.
Vítimas
Layder acredita que os jovens, vítimas de abuso, não tinham discernimento sobre o que lhes acontecia. "Pode-se dizer que os assistidos são pessoas ingênuas e pacatas", disse. A Apae de São João del Rei trabalha há 52 anos na cidade com pessoas com déficit cognitivo e intelectual. A instituição se manifestou sobre o caso por meio de nota. Leia na íntegra:
"A Apae de São João del-Rei vem a público esclarecer que não compactua com nenhum ato que venha ferir a integridade de seus alunos ou usuários, seja física, social, moral, cultural ou de qualquer outro aspecto.
A Apae é uma entidade inserida no contexto sanjoanese há mais de 50 anos, visando proporcionar bem estar, dignidade, cidadania e inclusão às pessoas com deficiência.
Sendo assim, a Apae esclarece que em abril do ano de 2018, devido denúncias anônimas, envolvendo um psicólogo e assistidos da instituição, achou por bem e cabível, proceder a demissão do mesmo e encaminhar as denúncias ao Ministério Público, que por sua vez tomou as medidas cabíveis e necessárias.
Por fim, a Apae enfatiza que está de portas abertas para o bem estar de seus alunos ou usuário e consecutivamente de suas famílias".