(Lucas Prates/Hoje em Dia)
Valeu a pena a espera. Depois de 20 anos em outras áreas, como Via 240 e Praça da Estação, o retorno do Carnaval à Avenida Afonso Pena foi comemorado pelos foliões, que lotaram as arquibancadas e áreas próximas do desfile. E os blocos caricatos não decepcionaram, levantando o público na passarela do samba.
Nem o atraso de uma hora (o início estava previsto para as 19 horas) , por conta da preparação dos blocos na concentração, tirou o ânimo do povo. Isso porque o bloco "Estivadores do Havaí," o primeiro na avenida, agitou com seu samba-enredo “Estivadores invadindo o Egito”, de Juólisson Mangabeira. Principalmente a última estrofe do samba que caiu no gosto dos presentes, interpretado pelos puxadores Marco Aurélio e Bruno Rodrigues.: “samba Anúbis que eu quero vê-Esse gingado até o dia amanhecer-Canta Cleópatra que eu quero ouvir-Quem tá pedindo é o Estivadores do Havaí”.
O bloco "Estivadores do Havaí" foi o primeiro na avenida Afonso Pena (Fotos: Lucas Prates/Hoje em Dia)
Além disso, a bateria também deu seu show à parte no carro alegórico que tinha como protagonista uma bela Cleópatra. E o samba no pé contagiou o público, estimado na noite desta segunda-feira (3) em cerca de 5mil pela Polícia Militar. A expectativa da Belotur – organizadora do evento – é de uma presença de 25 mil pessoas nos dois dias de desfiles, incluindo a terça-feira.
Mais antigo
Na sequência, o bloco "Corsários do Samba" também deu seu recado. Mais antigo dos blocos caricatos no desfile, fundado em 1961, apresentou como samba-enredo “Um baile de fantasia”,de Serginho Beagá. Puxado pelo sambista Raimundo do Pandeiro, o refrão “ vem meu amor essa noite é de alegria-na passarela o baile da fantasia” contagiou os populares. No chão integrantes do bloco com variadas fantasias – colombina, pirata e mascarados. Eles também distribuíram balas ao público.
Terceiro bloco a sair na avenida, o "Vila Estrela" trouxe para a passarela do samba uma homenagem à cultura nordestina, e com o carro com referência ao rei do baião Gonzagão (Luiz Gonzaga). E ainda veio com uma ala mirim e uma bateria que arrepiou os populares, com o samba-enredo "A terra do sol ardente a Vila Estrela vem cantar', de Mário Emílio Moura e Marcelo Roxo. O samba que levantou a galera foi puxado por Dominguinhos do Estácio.
O presidente da Belotur, Mauro Werkema, estava empolgado com o Carnaval em Belo Horizonte, especialmente com a volta dos desfiles à avenida Afonso Pena. “Volta para um lugar extraordinário, a última vez tinha sido em 1994. Era uma reinvidicação dos blocos caricatos e escolas de samba”, diz.
Desfile das passistas na avenida afonso Pena agitou o público nas arquibancadas