Quadrilha de tráfico de órgãos atuou em Poços, diz juiz

Carlos Calaes - Hoje em Dia
22/02/2013 às 07:34.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:14
 (Reprodução)

(Reprodução)

Um esquema criminoso e cruel de http://www.hojeemdia.com.br/minas/medicos-do-sul-de-minas-s-o-condenados-por-comercio-ilegal-de-org-os-1.92833, a maioria pobres, que funcionou impunemente durante anos sob o comando de médicos até então tidos como conceituados começa a ser desvendado em Poços de Caldas, no Sul de Minas.

A máfia para captação de órgãos e transplantes irregulares teria feito pelo menos oito vítimas e começou a ser desvendada pelo juiz da 1ª Vara Criminal da cidade, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, de 51 anos.

Há pouco mais de um ano em Poços de Caldas, Castro notou que mortes em circunstâncias “estranhas”, seguidas por doações irregulares de órgãos, tinham sido alvo de investigações superficiais. Em entrevista ao Hoje em Dia, na quinta-feira (21), o magistrado afirmou ter “fortes indícios de que uma quadrilha atuou na cidade no tráfico de órgãos”.

Humildes

A maioria dos pacientes, internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em enfermarias da Santa Casa, não recebia tratamento adequado, o que agravava o estado de saúde deles. Quando estavam “perto de morrer”, eram transferidos para a UTI para serem monitorados. A manobra garantia que os órgãos visados para transplante continuassem em boas condições para serem captados irregularmente.

Após as audiências, e com base em denúncias do Ministério Público, quatro médicos que atuavam no MG-Sul Transplantes, entidade supostamente clandestina para realização de transplantes em Poços de Caldas, foram condenados pela morte de José Domingos de Carvalho e pelo tráfico de órgãos dele, em abril de 2001.

A decisão é em primeira instância, e dela cabe recurso. Os médicos acusados são Alexandre Crispino Zincone, João Alberto Góes Brandão, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e Celso Roberto Frasson Scafi. O primeiro terá que cumprir 11 anos e 6 meses de prisão e os demais, oito anos. Todas as penas são em regime fechado, mas os réus aguardam recurso em liberdade.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por