Quadrilha especializada em crimes ambientais é descoberta no Norte de Minas
(Polícia Federal)
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (24) a Operação “Para o crime não há tutela”. Ao todo, 22 pessoas serão indiciadas pelos crimes de desmatamento, corte, transporte e vendas ilegais, em grande escala, de madeira de lei, em especial aroeira, pau d'arco e ipê amarelo. A associação criminosa responsável pelos delitos é integrada por indígenas e não indígenas e atua nos municípios mineiros de São João das Missões, Itacarambi, Manga e Januária, em especial no interior da Reserva Indígena Xacriabá e do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu.
A operação consiste no cumprimento simultâneo de 22 mandados, sendo 16 de condução coercitiva e 6 de busca e apreensão. As determinações judiciais foram expedidas pela Justiça Federal da Subseção Judiciária de Janaúba, no Norte de Minas.
A Polícia Federal descobriu que a maior parte das árvores derrubadas é cortada em forma de toras e arrastada do alto dos morros por animais, cavalos e burros até uma base onde os caminhões que as transportam são carregados. Posteriormente, os caminhões seguem para a cidade de Jaíba, também no Norte de Minas, onde a carga de madeira é recoberta por frutas e, na seqüência, transportada para o Sul de Minas e o interior de São Paulo. O material lenhoso deixado na região Norte de Minas é utilizado, predominantemente, na produção de carvão e abastecimento de fornos de cerâmicas.
Para se ter noção do dano ambiental causado por essa atividade, foram realizados diversos trabalhos pela Polícia Federal, o Ibama e o Instituto Chico Mendes, dos quais resultaram dezenas de autuações, sendo que somente em uma delas foi constatado um desmatamento que resultou na produção de mais de 400 peças de aroeira.
Os investigados responderão por crime de formação de quadrilha e crimes ambientais, podendo ser condenados a pena máxima de 13 anos de prisão.