Queda de viaduto na Pedro I põe mais três obras em xeque

Danilo Emerich - Hoje em Dia
04/07/2014 às 08:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:15
 (LUCAS PRATES)

(LUCAS PRATES)

A queda do viaduto sobre a avenida Pedro I, nessa quinta-feira (03) à tarde, coloca em xeque a segurança estrutural de outros três elevados que compõem o corredor Antônio Carlos / Pedro I, todos sob a responsabilidade da mesma empresa, a Construtora Cowan S.A. Na avaliação de engenheiros especialistas em edificações, todos devem passar por imediata e minuciosa vistoria como forma de evitar tragédia semelhante à que matou duas pessoas e deixou 22 feridas.   Além do que foi ao chão nessa quinta-feira (03) por volta de 15h, o complexo contempla o viaduto da rua Montese, que cedeu cerca de 30 centímetros em fevereiro deste ano, chegando a ser interditado.   Para o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG), Frederico Correia Lima Coelho e o vice-presidente da mesma entidade, Clémenceau Chiabi Saliba Júnior, dois problemas em um mesmo conjunto de obras, em menos de seis meses, indicam a necessidade da análise de todos os outros viadutos e obras da intervenção.   “É preciso verificar qualquer indício de problema. Só um estudo detalhado poderá indicar a real origem do desabamento”, afirmou Frederico.   Considerado uma das maiores autoridades no assunto, Clémenceau diz que a análise dos viadutos deve ser feita, “nem que seja para dar segurança para a população”.   “Podem ter havido, inclusive, vários erros combinados, em algum momento. Seja no projeto ou na execução. Ainda é cedo para definir qual foi o problema. É preciso verificar projeto, solo, como ocorreu a sondagem, a execução e até que materiais foram usados”.     A Polícia Civil vai abrir um inquérito para investigar as causas da queda do viaduto, localizado na divisa dos bairros Itapoã e São João Batista, entre as regiões Pampulha e Venda Nova. Ainda nessa quinta-feira, oito peritos de engenharia e crimes contra a vida foram enviados ao local.   Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), não há fiscalização prática dos canteiros de obras ou da qualidade dos projetos em andamento no Estado. O órgão informou observar apenas se o profissional é habilitado para exercer a atividade.     O prefeito Marcio Lacerda foi ao local da tragédia. “Estamos identificando todas as vítimas e suas famílias para que elas tenham toda a assistência necessária”, declarou. “Acidentes como esse infelizmente acontecem. O momento agora é de aprender com o erro”, prosseguiu.   Lacerda ressaltou que as causas da queda do viaduto ainda são investigadas e que, por isso, seria leviano culpar a construtora responsável. “Não sabemos se foi falha de projeto ou falha de construção. O viaduto ainda estava em construção, não estava aberto ao tráfego e não tinha sido entregue para a prefeitura. A empresa que venceu a licitação é renomada e conhecida no mercado”, observou.   A Cowan foi criada em 1958, em Montes Claros, Norte de Minas. Atua no segmento de construção pesada, óleo e gás, mineração e concessões de serviço público. Dentre obras de destaque, além do Move Pedro I e Antônio Carlos, também estão a da Linha Verde. 

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