(Fernando Priamo/Tribuna de Minas)
JUIZ DE FORA – Dois meses depois do acidente aéreo que matou oito pessoas em Juiz de Fora, parentes das vítimas continuam sem explicação sobre o que teria provocado a queda do bimotor. O avião King Air prefixo PR-DOC pertencia à indústria de alimentos Vilma, com sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Por enquanto, só o inquérito da Polícia Civil foi concluído. Ele apontou "falta de indícios" para determinar a responsabilidade criminal sobre o episódio.
"As informações são muito vagas. Até hoje, não sei se foi falha no motor, pressão do dono do avião (para o pouso) ou qualquer outro motivo o que causou a queda. A única certeza é a de que perdi meu filho. Nada vai trazê-lo de volta", diz Ana Lúcia Cardoso Bretas, mãe do analista de geomarketing Thiago Cardoso Bretas.
Thiago tinha 26 anos e trabalhava há 13 dias na Vilma Alimentos. Ele acompanhava o presidente da indústria, Domingos Costa, na viagem para um evento empresarial em Juiz de Fora.
Vazio
Duas horas depois de se despedir do filho, Ana Lúcia recebeu o telefonema que abriu um vazio na vida dela. Desde então, a dona de casa passa os dias entre telefonemas para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e a Vilma Alimentos. Nas conversas, busca explicações para o acidente, mas afirma ouvir apenas que as investigações prosseguem. Ela não recebeu indenização e espera ter de volta a mochila que o filho levava.
O Cenipa informou que a caixa-preta e o motor do avião foram periciados, mas que não há prazo para a divulgação de um relatório.
No inquérito, a Polícia Civil ouviu seis testemunhas. As conclusões foram encaminhadas para a Justiça Criminal, que enviou o material para a Justiça Federal. Atualmente, o Ministério Público avalia os documentos.