Queimadas em lotes vagos e matas urbanas crescem 43% em Minas Gerais

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
19/05/2017 às 19:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:38
 (YouTube/Reprodução)

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A mistura de clima seco e falta de dinheiro para a capina de terrenos tem sido explosiva em Minas. No primeiro quadrimestre deste ano, incêndios em lotes e matas urbanas aumentaram 43% no Estado, frente ao mesmo período de 2016. E o Corpo de Bombeiros já lança um alerta: o período mais crítico para as queimadas, que era julho, passou a ser maio por conta das mudanças climáticas.

De janeiro a abril de 2017, foram 1.685 ocorrências de incêndios atendidas pelos Bombeiros. No mesmo período do ano passado, 1.172. A maioria dos casos ocorreu em cidades da Grande BH, Varginha (Sul de Minas), Divinópolis (Centro-Oeste) e Juiz de Fora (Zona da Mata).

terão início em junho

O cenário se agrava a cada mês. Se em janeiro deste ano foram 185 casos, em abril, 438 – alta de 136%. Diferenças tão expressivas como essa costumam ocorrer apenas no início do segundo semestre, conforme o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais do Corpo de Bombeiros, major Anderson Passos. 

“O período crítico está sendo antecipado porque está chovendo menos e as temperaturas estão mais altas”.

Fatores

Realidade confirmada pelo meteorologista Herivelto dos Anjos, do Instituto TempoClima PUC Minas. Ele explica que entre janeiro e abril deste ano houve um déficit de 200 milímetros de chuva apenas na Grande BH. 

Além das condições climáticas, a crise econômica também pode ter influenciado. “Sem dinheiro para pagar a capina dos lotes, as pessoas estão ateando fogo para eliminar o mato, o que acaba virando um incêndio de maiores proporções”, diz o major. 

Segundo ele, quase todos os casos são provocados por ação humana. E o pior: boa parte é fruto de vandalismo.

Apesar de terem mais registros em lotes vagos, o dano ambiental é maior quando os incêndios ocorrem em matas. Um exemplo é o Parque do Rola Moça, que abrange BH, Nova Lima e Ibirité. Segundo os Bombeiros, uma média de 1.100 hectares são queimados no local a cada ano. 

“A destruição é enorme porque é o terceiro maior parque de conservação urbana do país e tem várias áreas de captação de água uma vegetação rica”, frisa Anderson Passos.

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