(Riva Moreira)
Sem conseguir recarregar o cartão BHBus dentro dos ônibus da capital, por conta da falta dos cobradores, o usuário terá mais opções para comprar os créditos eletrônicos. Lei sancionada pelo prefeito Alexandre Kalil, ontem, permite a aquisição dos bilhetes em bancas de jornal. Até então, a operação só é possível nas estações do metrô e do Move e também nos postos de venda no hipercentro da capital.
A nova regra entrará em vigor em 90 dias. Até lá, a PBH irá definir como será o processo de implantação e a remuneração para os proprietários das bancas.
Quem depende do transporte coletivo e é beneficiado com a integração, que concede desconto na segunda passagem até uma hora e meia após o pagamento da primeira, espera que os novos pontos de venda acabem com os problemas atuais. Muitos passageiros relatam desembolsar mais do que deveriam por não conseguirem recarregar o cartão no próprio ônibus, vez que o motorista não realiza a operação.
Foi o que aconteceu com a operadora de telemarketing Laura Soares Ribeiro, de 25 anos. Moradora do bairro Serra Verde, em Venda Nova, a jovem pega diariamente as linhas 641 ou 638 para ir até a avenida Vilarinho. Em nenhuma delas há cobradores desde o segundo semestre de 2018.
“Já fiquei sem crédito suficiente para pagar a primeira passagem, de R$ 3,15. Como não pude comprar no ônibus, fui obrigada a arcar com esse valor e, na Estação do Move, pagar mais R$ 4,05 para embarcar no segundo ônibus. Caso contrário, a integração não teria passado de R$ 1,20”, conta Laura.
A possibilidade de colocar créditos no cartão em bancas de jornal agrada, comenta a operadora de telemarketing. Atualmente, há cerca de 270 desses estabelecimentos na capital.
Adesão
A oferta da recarga nas bancas não será obrigatória. “Só decido se vou aderir ou não depois de divulgadas as condições, se será atrativo para nós”, afirma Luiz Cláudio Praes, proprietário de uma banca no Prado, região Oeste de Belo Horizonte.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) foi procurado para comentar sobre a nova legislação, mas não se posicionou sobre o assunto até o fechamento desta edição.