Todos os condutores foram levados para a delegacia da região onde ocorreu a prisão (Detran-RS/Divulgação)
Infração gravíssima, a recusa do bafômetro disparou em Belo Horizonte. Exatos 379 motoristas foram multados no primeiro trimestre deste ano, número 140% maior do que o registrado de janeiro a março de 2022. O cenário é preocupante, pois conforme especialistas e autoridades os dados atestam a irresponsabilidade de condutores que insistem na combinação fatal entre álcool e direção.
Pela lei, ninguém é obrigado a fazer o teste após ser abordado pela polícia. A constituição dá ao cidadão a prerrogativa de não criar “prova contra si mesmo”. Porém, tanto quem está embriagado e sopra o aparelho quanto quem se recusa é multado em R$ 2,9 mil, responde a um processo de suspensão da carteira de habilitação e pode ser preso.
Punições essas que deveriam ser ainda maiores, avalia o diretor científico da Associação Mineira de Medicina de Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra. Para o médico, os números preocupam e demostram a urgência para se desencorajar as pessoas de pegar o volante após beberem. Além disso, o especialista cobra reforço na fiscalização. “Infelizmente, na nossa capital, não existem operações ostensivas regulares, principalmente em datas importantes e de maior consumo alcoólico”.
Fevereiro, quando ocorreu o Carnaval, com reforço das blitze em BH, foi o mês com mais infrações. Festas e desfiles de blocos foram realizados por 22 dias na metrópole. No entanto, não há informação oficial sobre o aumento de possíveis abusos durante a época de festa.
Para o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) as recusas do bafômetro ocorrem por diversos motivos, desde a discordância do motorista que alega constrangimento ao se submter à fiscalização à possibilidade de comprovação da irregularidade, no caso de ingestão de bebida alcoólica.
Uma fonte do órgão foi solicitada para falar sobre o trabalho realizado. No entanto, a PM se pronunciou por meio de nota. Além de descatar que as punições são as mesmas para quem se submete ao teste, os policiais podem relatar os sinais que indicam o suposto abuso cometido pelo motorista. Dentre eles, andar cambaleante, fala desconexa, odor de álcool no hálito, desorientação, fala alterada, desequilíbrio, vômitos e olhos vermelhos.
Embriaguez em alta
O número de multas foi informado pela Polícia Civil. O mesmo relatório aponta que 301 motoristas foram flagrados bêbados na capital. No Estado foram mais de 7 mil crimes, média de 78 condutores detidos por dia.
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