(Maurício de Souza)
Após anos de abandono, dois dos quatro cemitérios municipais de Belo Horizonte serão reformados. Os projetos executivos para o Saudade (Leste de BH) e o da Paz (Noroeste) preveem novos velórios, banheiros com acessibilidade, lanchonetes, sedes administrativas e guaritas, entre outras melhorias. No entanto, o investimento de R$ 8,35 milhões vem tarde, já que as queixas sobre os espaços são antigas.
O presidente interino da Fundação de Parques Municipais, Homero Brasil, admite o mau estado de conservação dos cemitérios. Ele avisa, porém, que, apesar de os projetos estarem prontos, o início das intervenções depende do fim da licitação, a cargo da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). “Se tudo correr bem, um dos dois será reformado este ano e outro, em 2013”, diz Homero.
A situação precária dos cemitérios municipais – onde são sepultadas, em média, mil pessoas por mês – foi denunciada pelo Hoje em Dia no início de junho. O assunto será debatido em audiência pública, hoje, às 9h30, na Câmara Municipal.
No Cemitério da Paz, o mato cobre as placas dos túmulos, fato criticado por Eva Mesquita, de 55 anos. Ela sepultou o marido recentemente. “A reforma é urgente”, diz.
Além disso, faltam telhas nos velórios e há janelas quebradas. Um funcionário, que pediu anonimato, diz que vestiários, cantina e banheiros têm infiltrações e trincas.
A obra prevê a construção de seis velórios e de uma nova lanchonete. Construção de mais banheiros públicos, reforma da área administrativa, pintura, projeto paisagístico no entorno e rampas para cadeirantes são outras intervenções.
O Cemitério da Saudade terá quatro novos velórios, lanchonete e banheiros, segundo o chefe de Divisão de Necrópole II, Eduardo de Flora.
A principal mudança, entretanto, é o asfaltamento de 1,2 metro de largura das pistas feitas de pedras calçadas, para evitar trepidações durante o transporte dos caixões sobre carrinhos e facilitar a passagem de quem usa cadeira de rodas.
O terreno tem mato alto em alguns pontos e, conforme Eduardo, os velórios estavam com goteiras até pouco tempo.
Para a doméstica Maria Geralda da Cruz, de 67 anos, a maior urgência, no local, é por lanchonete e banheiros, pois os existentes são precários. “Sem contar o desleixo das famílias com os túmulos, pois muitos estão quebrados”, afirma.