Estudos

Regionais Norte, Nordeste e Leste apresentam maiores índices de 'vulnerabilidade climática'; entenda

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
30/11/2022 às 12:35.
Atualizado em 30/11/2022 às 13:13
 (Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

As regionais Norte, Nordeste e Leste estão entre as áreas de Belo Horizonte que apresentam maiores índices de vulnerabilidade climática, como riscos de inundações, deslizamentos e aumento de temperaturas. A informação foi divulgada pela prefeitura da capital nesta quarta-feira (30). 

O diagnóstico foi feito por meio de estudos técnicos para nortear ações do Plano Local de Ações Climáticas (PLAC), projeto lançado hoje que mapeia políticas públicas e projetos voltados às ações climáticas na cidade.

Segundo a administração pública, as regionais Norte, Nordeste e Leste também apresentam maior risco de transmissão da dengue, zika e chikungunya. 

De acordo com o diretor de Gestão Ambiental, Dany Amaral, diante do diagnóstico, o PLAC estabelece ações específicas nessas áreas para minimizar riscos. 

"Nós temos o estudo e a gente sabe os locais da cidade que tem mais onda de calor para essas situações. Essas políticas dentro do PLAC vão mapear quais ações estratégicas são eficientes para elas. Ondas de calor, por exemplo, temos um estudo na região do Confisco para fazer um corredor de vegetação, implementar arborização urbana e quintais. Cada região vai ter uma ação específica", disse.  

Segundo o diretor, dentre as ações estão também a implementação de bebedouros em locais periféricos. 

"Vamos trabalhar a instalação de bebedouros em áreas que têm maiores ondas de calor. Zonas de refrescamento, locais onde as pessoas podem tomar água e descansarem. Além de incentivar projetos de enfrentamento a mudanças climáticas", afirmou. 

PLAC

O secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck, entregou um documento com o plano de ações.

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

Conforme o chefe da pasta, o projeto possui metas até 2050 e segue padrões internacionais estabelecidos pelo Acordo Climático de Paris e pelo Pacto Global das Cidades pelo Clima e Energia. Segundo ele, conta que a cidade já se destaca internacionalmente. 

"Belo Horizonte e Nova York são as duas cidades da América que tem o melhor índice de mudança climática. BH é uma cidade mais feliz porque é uma cidade mais verde. Há 16 anos estamos trabalhando nisso e vamos continuar. Internacionalmente reconhecida por seu protagonismo na construção de políticas climáticas", disse.  

O secretário executivo do Iclei, Rodrigo Perpétuo, explicou ainda que o PLAC é formado por três eixos: "Mais vozes, menos desigualdades", "Mais vida, menos vulnerabilidade" e "Mais verde, menos emissões".

Dentre os objetivos mapeados pela PBH também está a implementação de ônibus elétricos. A ideia é reduzir na capital a emissão dos gases que causam o efeito estufa. Para 2050, a meta é 86%. No entanto, a administração pública não informou a previsão para a troca dos ônibus convencionais. 

Ações mapeadas pelo plano:

  • Planejar, acompanhar e monitorar ações que visam mitigar os efeitos negativos às mudanças climáticas (mobilidade e energia mais limpas, reciclagem de resíduos e construções sustentáveis);
  • Reduzir as emissões de gases de efeito estufa;
  • Manter todos os cursos d'água em leito natural, evitando canalizações nas intervenções em macrodrenagem e tratamentos de fundo de vales;
  • Elaborar e implementar a Política Municipal de Segurança Hídrica;
  • Priorizar a implantação de Soluções baseadas na Natureza;
  • Fomentar a transformação de terrenos em hortas urbanas, através de incentivos fiscais ou solicitando a utilização de terrenos públicos sem destinação definida;
  • Estabelecer arborização como parâmetro para projetos de melhoria do sistema viário e de qualquer outra intervenção;
  • Ampliar o programa de agricultura familiar, com vistas a aumentar a abrangência da ação e o acesso à população vulnerável;
  • Desenvolver projetos e implantar obras de infraestrutura segundo critérios de justiça climática.
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