'Pele blindada'

Repelente protege contra o mosquito da dengue? Saiba quando e como usar

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
28/03/2023 às 14:01.
Atualizado em 28/03/2023 às 14:16
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

A disparada dos casos de dengue em Minas reforça a urgência das medidas de prevenção para barrar a doença. Além da eliminação dos focos de água parada nas casas, o repelente é um importante aliado das pessoas. No entanto, o uso deve ser feito com cuidado, destaca o epidemiologista José Geraldo Leite Ribeiro. 

Até o momento, Minas tem 46 mil casos de dengue, com 15 mortes. Em relação à chikungunya, o Estado soma mais de 10 mil notificações, com quatro óbitos.

Como aplicar o repelente?

De acordo com o médico José Geraldo Leite, a eficácia do repelente pode ficar comprometida se a aplicação não for feita da maneira correta. A primeira dica é ler com atenção o rótulo, seguindo à risca as orientações do fabricante. Mas a maioria das recomendações é comum a todos os produtos. Veja as principais: 

  • Sempre ler o rótulo do produto;
  • Não aplicar o repelente mais de três vezes ao dia;
  • Usar só o suficiente para cobrir levemente a pele;
  • Aplicar somente na pele exposta, mas pode ser borrifado nas roupas;
  • Não usar o repelente por baixo da roupa (risco de ficar abafado e causar intoxicação).

"Existem repelentes que precisam ser reaplicados de quatro em quatro horas, outros de 10 em 10", lembra José Geraldo.  

Quando usar o repelente?

Apesar de ajudar na prevenção, o repelente não deve ser usado de forma indiscriminada. O especialista alerta que produto foi criado para as pessoas se protegerem em situações de risco, como durante a visita a um local com alto índice de infestação de mosquitos.

"Não é factível fazer o uso de repelente todos os dias e com reaplicação. Ele é importante quando uma pessoa viaja para passar férias em um local epidêmico, por exemplo. O certo é combater o foco", ressalta. 

Para moradores de áreas epidêmicas, o médico alerta que o uso deve ser feito em locais onde a população não tenha controle sobre ações de combate ao Aedes, como no trabalho e na escola. Em casa, reforça, as pessoas devem eliminar os criadouros. 

"A gente tem que cuidar da casa da gente. A fêmea do Aedes aegypti pica no máximo a cerca de 200 metros de onde nasceu, então o problema pode estar perto da nossa casa", afirma o médico, que também cita outras barreiras de proteção, como telas nas portas e nas janelas.

Crianças e grávidas

O epidemiologista ressalta que crianças e grávidas devem estar atentas às contraindicações, especificadas nos rótulos. Em caso de dúvida, o recomendável é consultar o pediatra ou obstetra. Veja mais dicas:

  • Em crianças, a aplicação deve ser feita por um adulto
  • Evite passar nas mãos das crianças (risco de que levem à boca ou esfreguem os olhos)
  • Bebês com menos de 6 meses não podem usar o produto.

Sobre marcas ou fórmulas específicas, o médico recomenda observar se produto tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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