(Lia Priscila)
Uma audiência pública realizada na tarde desta segunda-feira (28) debateu os projetos de expansão do metrô em Belo Horizonte. Porém, nenhum representante da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que, atualmente, administra o sistema, ou da Trem Metropolitano de Belo Horizonte S.A. (Metrominas), empresa do Governo de Minas que futuramente assumirá o transporte na capital, compareceu. Durante a reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), apenas um representante da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) marcou presença. O consultor técnico da PBH Márcio Parreira Duarte explicou que R$ 5 bilhões serão investidos na expansão da linha 1 do metrô e na construção de trechos das linhas 2 e 3, por meio de financiamentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Além disso, haverá investimentos da PBH, do Governo de Minas, de parcerias público-privadas e de financiamentos públicos. No entanto, Duarte não soube prever quando as obras terão início, mas garantiu que os projetos estão em fase final e serão concluídos ainda neste semestre. Representantes do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG) criticaram as propostas apresentadas e afirmam que a execução das obras por meio de PPPs pode encarecer o sistema de transporte em BH. Como exemplo, eles citaram o caso de São Paulo, onde o metrô foi privatizado e a tarifa é de R$ 3, enquanto na capital mineira o bilhete custa R$ 1,80, já que é subsidiado pelo Governo Federal. "Com certeza o preço vai aumentar porque a tarifa será definida pela concessionária que vencer o processo licitatório", afirmou o vice-presidente do Sindimetro Romeu José Machado Neto Além disso, ele afirmou que os estudos técnicos elaborados pela PBH, juntamente com a Metrominas, não consideraram nenhum dos levantamentos já feitos pela CBTU. "Um engenheiro da CBTU esteve na audiência e apresentou vários questionamentos em relação à viabilidade técnica do empreendimento. Entendemos que a prioridade deve ser atender à demanda dentro de uma viabilidade técnica e financeira e a CBTU possui estudos de perspectiva até 2020, mas esses projetos não foram levados em conta". Ainda segundo o dirigente sindical, a maior demanda de BH seria para uma linha ligando a Pampulha à Savassi, mas os projetos preveem uma linha do Barreiro/Calafate e outra da Savassi/Lagoinha. "Se não é possível fazer a ligação Pampulha/Savassi, que se fizesse então uma linha da Pampulha até a Lagoinha. Isso aliviaria muito o trânsito na avenida Antônio Carlos", explicou. Ele acrescentou também que a linha Barreiro/Carlos Prates pode gerar uma sobrecarga na estação já que boa parte dos passageiros teriam que utilizar a linha 1 - Eldorado/Vilarinho para chegar até o Centro.