(Luiz Costa)
Representantes das ocupações Vitória, Esperança e Rosa Leão, que vivem no terreno da Granja Werneck, no Isidoro, na região Norte de Belo Horizonte, afirmaram que não vão deixar que mais nenhum despejo seja realizado até o fim do ano, em Minas Gerais. A declaração foi feita, nesta sexta-feira (28), após a audiência pública realizada pela Comissão de Participação Popular da ALMG. A audiência teve o objetivo de discutir a situação das ocupações do Estado. Segundo o representante da Brigadas Populares, Frei Gilvander, novos atos estão sendo programados para serem executados nos próximos dias. Os detalhes dessas ações, porém, não foram divulgados. “Lutaremos para que mais nenhum despejo seja feito em Minas até o dia 31 de dezembro”, reforçou. Conforme Frei Gilvander, nos últimos dias, cerca de 300 famílias foram despejadas em Vespasiano, Ribeirão das Neves, Esmeraldas e Belo Horizonte. Segundo ele, alguns desses despejos teriam sido feitos de forma ilegal. A situação das ocupações da Granja Werneck já foi tema de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos em 17 de novembro. Na oportunidade, moradores e representantes de movimentos sociais denunciaram o alto déficit habitacional da capital e reivindicaram o direito à moradia digna. As ocupações cobram a urbanização da região já ocupada no Isidoro e a inclusão das famílias de mais baixa renda no programa Minha Casa Minha Vida. Os moradores também reclamam da forma como é feita a reintegração de posse dos terrenos. Participaram da audiência pública o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Conflitos Agrários, procurador Afonso Henrique de Miranda Teixeira; os procuradores de justiça Epaminondas Fulgêncio Neto e Gisela Poterio Santos Saldanha; a promotora Cláudia do Amaral Xavier; a defensora pública Cleide Aparecida Nepomuceno; o assessor da Comissão Pastoral da Terra, Frei Gilvander Luís Moreira; e o membro da equipe de transição do governador eleito Fernando Pimentel, Helvécio Miranda Magalhães Júnior.