Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de Mariana (Douglas Couto/Prefeitura de Mariana)
Em meio à dor e indignação causadas pela avalanche de lama que matou crianças e adultos, devastou distritos e provocou o maior desastre ambiental da história do país, Mariana, na região Central, ganha uma sobrevida no precioso acervo do patrimônio sacro-mineiro. Erguida em 1752, o secular templo de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos – conhecido como Igreja dos Negros – passará por ampla reforma no interior da construção.
O anúncio oficial da restauração e da implantação de um museu nos fundos da capela acontece no próximo domingo com a assinatura da ordem de serviço, pelo prefeito Duarte Júnior, após a missa das 18h. Orçada em R$ 1,6 milhão, a obra contempla todos os elementos artísticos, dentre eles a pintura do teto feita por Mestre Ataíde (1762 – 1830), considerado um dos maiores expoentes das artes no Brasil.
A reforma, que também será feita nos altares e púlpitos, deve levar cerca de 18 meses. A igreja do Rosário é um expressivo exemplar da terceira fase do barroco mineiro, o estilo rococó. A capela reúne três irmandades: Santa Efigênia, São Benedito e Senhora do Rosário. A reforma da estrutura física da igreja acontecerá em uma outra etapa.
Passos lentos
Há um ano, o Hoje em Dia mostrou que as obras do PAC Cidades Históricas de Minas caminhavam a passos lentos. Das oito cidades do Estado inscritas no programa do governo federal, Mariana é a que assegurou o maior volume de recursos. São R$ 67 milhões, com 15 ações aprovadas, entre elas a restauração da Catedral da Sé. Porém, só agora, passados mais de dois anos, a primeira intervenção da cidade saiu do papel.