Restauração na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem preserva história e tradição

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
15/08/2018 às 21:31.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:56
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Depois da imagem da padroeira de Belo Horizonte e uma das capelas da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, no Centro, terem sido restauradas, fiéis católicos aguardam por mais uma reforma. No próximo mês, a capela do Sagrado Coração de Jesus ficará pronta. As obras no templo religioso começaram em março deste ano. 

Ontem, durante comemoração da Assunção de Nossa Senhora, a estátua voltou a ocupar a capela mais antiga da igreja. O espaço, também reformado, foi reaberto ao público.

Durante o processo, sete camadas de tinta foram retiradas, dando lugar às cores originais da edificação. O amarelo, verde, azul e branco, assim como a bandeira do Brasil, deram mais vida ao prédio. Pároco e reitor da instituição, Marcelo Silva explica que os tons foram escolhidos devido à data de inauguração da igreja, em 7 de setembro de 1922, no centenário da independência do país.

R$ 350 mil

Protetora

A imagem da padroeira foi trazida de Portugal para Minas Gerais quando a metrópole ainda era o povoado de Curral del Rei. 

Nossa Senhora da Boa Viagem foi escolhida como protetora do município, segundo o arcebispo metropolitano da Arquidiocese de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo, porque foi instalada por tropeiros no local que viria a ser o marco zero da nova capital mineira. “Aqui ergueram uma pequena capela, que se transformou nessa grande igreja. Ela é a padroeira porque chegou primeiro e segue nos conduzindo”. 

O centro religioso tem arquitetura neogótica, com os maiores vitrais de da cidade, conforme Marcelo Silva, também recuperados durante a obra, assim como altares de mármore, colunas e piso. As peças em vidro, que compõem passagens bíblicas, exibem mais de 200 tons. O reitor frisa que a reforma tem importância arquitetônica, cultural, histórica e espiritual. “A igreja é um patrimônio da cidade e dos mineiros. Estamos recuperando um conjunto arquitetônico e paisagístico, assim como podemos redescobrir nossa própria cultura e história”, afirma. 

Ele diz que o próximo passo é reformar toda a igreja da Boa Viagem, mas ainda sem data para ocorrer. O presbítero, que abriga o altar onde a missa é celebrada, e a nave, onde os fiéis se sentam, são as próximas estruturas a serem restauradas. Silva estima dois anos para concluir as obras.

Missa

Uma missa celebrada por dom Walmor, ontem, marcou a reinauguração do espaço. Centenas de fieis participaram de uma procissão, em função da Assunção de Nossa Senhora. A fisioterapeuta Bárbara Justo, de 35 anos, e o marido, Cristiano Justo, de 44, comemoram as obras na igreja onde se casaram há um ano e meio. “Esse é um dos prédios mais antigos de BH. A reforma simboliza uma oportunidade de mantermos nossa cultura e tradições”, diz a mulher.

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