Comida de qualidade, cardápio balanceado e preço popular. Os atrativos dos restaurantes populares acabaram conquistando uma freguesia cativa em diversas cidades do Sul de Minas durante os últimos anos, mas o benefício deixou de existir em alguns municípios e antigos frequentadores reclamam.
Em Varginha, o fechamento definitivo do restaurante popular foi anunciado em novembro de 2012, sob a alegação de alto custo com manutenção, subsidiada pelo município.
Em Guapé, o restaurante popular, que chegou a ser uma espécie de modelo bem-sucedido de projeto social e referência no Estado, também fechou as portas no ano passado. Antes de ser engolido pela crise que se abateu sobre o município, o restaurante foi visitado por diversos prefeitos interessados em conhecer o modelo do “vale- alimento” e do módulo Lixo e Cidadania, que chegou a trocar mais de 40 mil quilos de lixo por mês em vale-alimentos, livrando a cidade da sujeira, evitando doenças e cooperando com o meio ambiente. Agora, a informação da prefeitura é a de que o restaurante será reaberto e o trabalho social, retomado.
Em Varginha, o prefeito Antônio Silva, que assumiu a administração municipal no início deste ano, também disse que reabrirá o restaurante popular, mas, segundo ele, as dificuldades e prioridades do início de seu governo foram tantas que o projeto de reabertura do local precisou ser adiado. As obras sugeridas pelo Conselho Municipal de Segurança Alimentar ainda não começaram nem há previsão para que sejam iniciadas.
Idosa reclama
O restaurante popular servia 600 refeições por dia a moradores das imediações e a funcionários de empresas que ficam no bairro. A refeição, de cardápio variado e servida a R$ 3, era bastante requisitada.
A aposentada Elza Magalhães, de 64 anos, sente muita falta do local. “Eu moro sozinha e fico até sem jeito de preparar um almoço com vários alimentos diferentes só para mim. Custa caro e acabo perdendo comida. Meu dinheiro de aposentada é curto e mal dá para passar o mês. Também me acostumei a encontrar lá com as pessoas, conversar. Eu tinha muitos amigos. Agora, me sinto mais só”, lamenta.