Rigor da Lei Seca em BH garante menos irresponsáveis ao volante

Danilo Emerich - Hoje em Dia
19/09/2013 às 07:02.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:33

A Lei Seca levou motoristas de Belo Horizonte que insistem em beber e dirigir a puxar o freio de mão. O endurecimento das punições e a fiscalização intensa fizeram cair o número de condutores embriagados.

Segundo a BHTrans, no primeiro semestre de 2013, dos 30.310 motoristas parados em blitze, 900 (2,9%) estavam alcoolizados. Em todo o ano passado, 28.562 condutores sopraram o bafômetro e 2.787 (9,7%) estavam sob influência de álcool. No segundo semestre de 2011, o percentual foi de 11,8%.

De 21 de dezembro de 2012, quando a Lei Seca ficou mais rigorosa, até a última terça-feira, 937 motoristas de BH foram para a delegacia após serem flagrados embriagados. Desses, 107 não pagaram fiança e acabaram presos. Não foi informado quantos permanecem detidos.

Os números foram divulgados, ontem, durante o lançamento da Semana Nacional do Trânsito na capital, que traz como tema “Álcool, outras drogas e a segurança no trânsito: efeitos, responsabilidades e escolhas”. Campanhas educativas estão previstas até o próximo dia 25 por toda a cidade.

Mortes

Mas as mortes ainda preocupam. Um estudo feito pela BHTrans, em parceria com o Instituto Médico-Legal (IML) e hospitais, revela que, de cada cinco óbitos no trânsito, quatro estão relacionados direta ou indiretamente ao consumo de bebidas. Segundo a Polícia Militar, foram 63 mortes no primeiro semestre deste ano e 89 no mesmo período de 2012, queda de 29%.

De acordo com a gerente de Apoio Operacional da BHTrans, Mônica Mendes, 60% das mortes ocorrem após o acidente, em hospitais. Conhecer o problema permite definir estratégias para redução dos casos.

Repressão demora a chegar ao interior

Os reflexos positivos da Lei Seca podem ficar restritos a Belo Horizonte. A fiscalização ainda não chegou a várias cidades do interior, onde a abordagem também poderá ser diferente da que é feita na capital.

A previsão do Estado era começar os trabalhos em 12 municípios até o fim de setembro, mas, segundo o subsecretário de Integração de Defesa Social, Daniel Malard, questões burocráticas atrasaram a ação em um mês.

Além disso, equipamentos como bafômetros e veículos ainda serão enviados para a Região Integrada de Segurança Pública (Risp) da localidade, para atender ao município-sede e cidades vizinhas. Nesse caso, caberá às forças policiais locais escolher em quais dias e onde a ação será realizada. Com a limitação de efetivo e de parceiros, não se sabe se as abordagens serão diárias, como em BH.

Estradas

O quadro enxuto de patrulheiros é barreira para a fiscalização da Lei Seca nas rodovias federais, conforme o superintendente substituto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Minas, Guido Mayol.

Este ano, a PRF realizou 150 mil testes do bafômetro nas estradas. Três mil motoristas tinham bebido e 900 foram presos. “Se tivéssemos mais policiais, haveria mais abordagens”, diz. 

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