Rolezinhos em favelas de BH integram preparativos da COP das Quebradas
Visitas guiadas em territórios periféricos buscam aproximar a população dos debates sobre justiça climática e fortalecer propostas para a COP30
COP das Quebradas promove rolezinhos em vilas e favelas (PBH)
Como parte da mobilização para a COP das Quebradas, uma série de visitas guiadas será realizada em comunidades periféricas de Belo Horizonte. Os chamados “rolezinhos” acontecerão nos dias 30 de setembro, 1º e 2 de outubro, passando por regiões como o Barreiro, o Córrego do Onça e o Aglomerado da Serra, além do Morro do Papagaio. O objetivo é fortalecer o debate sobre justiça climática a partir das realidades vividas nesses territórios.
A iniciativa visa reunir diferentes públicos — como estudantes, moradores locais, pesquisadores e profissionais de diversas áreas — para uma imersão nos impactos socioambientais enfrentados nas quebradas da capital mineira. As experiências propostas dialogam diretamente com os eixos temáticos da conferência, que incluem desde educação ambiental até racismo ambiental, passando por moradia, saúde e segurança hídrica.
As inscrições devem ser feitas até o meio-dia do dia 30 de setembro (terça-feira), por meio do formulário oficial da COP das Quebradas. A seleção será comunicada por e-mail e WhatsApp, e os participantes contarão com transporte gratuito, com saída do Centro de Referência das Juventudes (CRJ), por meio do ônibus Expresso Ambiental. As vagas são limitadas, com formação de lista de espera para excedentes.
Roteiros incluem hortas urbanas, nascentes e ações coletivas
Em cada um dos territórios visitados, os participantes terão contato direto com projetos ambientais já em andamento. No Barreiro, por exemplo, o grupo irá conhecer as obras de requalificação do Córrego Ferrugem e a horta comunitária da Vila Pinho. Já no Córrego do Onça, o itinerário inclui a sede do Comupra, o Espaço Vitrine e o Quilombo Mangueiras.
No Aglomerado da Serra, serão apresentados os trabalhos do Núcleo Lixo Zero, do coletivo Roots Ativa e da horta urbana do Projeto Itamar. O roteiro também inclui a nascente do Parque do Bicão e os plantios do programa “Árvores para Todos”, localizados no Morro do Papagaio.
Gláucio Júnior Bittencourt Guimarães, responsável pela iniciativa de reflorestamento, destaca a importância da participação comunitária:
“Mesmo sendo uma Área de Proteção Ambiental, a região da nascente tinha pouquíssimas árvores. Optamos por plantar espécies nativas e frutíferas com o envolvimento da comunidade. Agora, com o apoio da Prefeitura, que está fazendo melhorias no entorno, o espaço se torna mais acessível e valorizado”, explica.
Conferência acontece em outubro com foco na escuta das periferias
A COP das Quebradas será realizada nos dias 3 e 4 de outubro, no CRJ. A conferência é promovida pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e conta com a parceria de coletivos e organizações da sociedade civil.
Inspirada pela realização da COP30 no Brasil — que ocorrerá em novembro, em Belém (PA) —, a proposta do evento é construir, a partir da escuta ativa das comunidades periféricas, diretrizes para enfrentar os impactos da crise climática. As discussões irão resultar no Manifesto das Quebradas, documento que pretende reunir propostas populares para adaptação, resiliência territorial, acesso à infraestrutura e promoção da justiça ambiental.
O material será apresentado como contribuição de Belo Horizonte à conferência internacional, com participação confirmada do secretário municipal de Meio Ambiente, João Paulo Menna Barreto.
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