(Lucas Prates/Hoje em Dia)
A Samarco protocola nesta sexta-feira (17) o detalhamento do plano de contenção de rejeitos que continuam a contaminar a bacia do Rio Doce. O pedido foi feito na terça-feira (7) pelo Comitê Interfederativo, órgão formado por representantes da União, dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e entidades ambientais. O comitê estipulou, à época, um prazo de dez dias para a mineradora detalhar suas ações.
“A Samarco realizou reunião na última quarta-feira (15), no Ibama, em Brasília, para discutir o conteúdo de tal detalhamento. Hoje, a empresa protocola este material, na unidade do Ibama, em Belo Horizonte, destinado ao Comitê Interfederativo”, declarou a mineradora em nota divulgada nesta tarde.
Segundo o Ibama, a última vistoria realizada pelo instituto em abril constatou que o ritmo de trabalho na região estava aquém do necessário para reverter a situação antes do período de chuvas.
Para o órgão ambiental, a situação mais preocupante é a da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves/Candonga, há 110 quilômetros da barragem de Fundão, que concentra a maior parte dos rejeitos da Samarco. O total de rejeitos no local está pressionando a estrutura da barragem. A mineradora chegou a ser notificada para apresentar até esta sexta-feira um plano de drenagem emergencial do reservatório, que deveria ter sido iniciado em março.
No documento enviado ao Comitê Interfederativo de suas ações, a mineradora também deverá detalhar outros planos para o período chuvoso, como gestão de águas e controle da erosão.
A barragem de Fundão de Mariana, na região Central do Estado, liberou mais de sessenta milhões de metros cúbicos de rejeitos, destruiu comunidades próximas e causou dezenove óbitos.
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