(Luiz Costa)
A questão de saneamento básico deveria ser uma das prioridades em políticas públicas, já que sua ausência trás impactos negativos na vida das pessoas e do governo. A avaliação é do professor do Departamento de Engenharia Sanitária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Léo Heller. Segundo ele, o problema é um dos fatores que coloca o Brasil em uma posição desfavorável no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
"Entre outras razões, a falta de tratamento adequado de rede de esgoto acarreta problemas na saúde pública e impactos no Meio Ambiente", destacou. O professor universitário explicou que o consumo de água não potável provoca uma série de doenças, dentre infecciosas, parasitárias e crônicas. "Viver em ambientes insalubres têm relação também com a mortalidade infantil, principalmente em crianças até 5 anos". Além disso, a falta de saneamento básico inibe o desenvolvimento físico e intelectual da população afetada pelo problema.
Heller acredita que a questão só será resolvida se o governo mantiver um investimento público estável ao longo do tempo. "É necessário investir na gestão do serviço, não basta apenas executar obras. Também é preciso outras medidas, como modelos de tarifas mais acessíveis para a população carente", destacou ele. O especialista frisou que o Brasil tem de cumprir as medidas que constam no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).
O professor lembrou que país aparece em 85º lugar no ranking de 187 países, em pesquisa divulgada no último dia 14 pelo IDH. "O quadro inadequado do saneamento básico é um dos gargalos que precisam ser liberados. Para um país que pretende se mostrar desenvolvido é fundamental mudar esse cenário".
Água e saneamento
Em Minas Gerais, 121 mil domicílios (1,9%) não têm acesso a água potável. O número de residências sem saneamento básico é bem maior. No Estado, 1,219 milhão de casas (19,1%) não têm rede de esgoto e fossa séptica. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2011.