Ministra da Saúde reitera compromisso e importância dedicada ao setor (Divulgação/Santa Casa)
A Santa Casa de Belo Horizonte enfrenta dificuldades para atender pacientes graves com suspeita ou diagnóstico confirmado da Covid-19. Neste sábado (4), a unidade de saúde atingiu a lotação máxima com 100% dos leitos de UTIs destinados às pessoas com síndrome respiratória.
As vagas de enfermaria também estão escassas. Atualmente, dos 158 leitos, apenas cinco estão disponíveis para os pacientes com o novo coronavírus. A taxa de ocupação é de 96,8%. "Tem 20 anos que estou na direção do hospital e nunca vi nada parecido. Mas este é um momento de excepcionalidade mundial. Ninguém da nossa geração passou por uma situação parecida", observou o médico-cirurgião Guilherme Riccio, que está à frente da Santa Casa em BH.
Segundo ele, a unidade tem hoje 80 leitos de UTIs dedicados exclusivamente para enfrentar a pandemia. "Sempre estávamos próximos da lotação e, por isso, abrimos 20 novas vagas nesta semana. Mas hoje preenchemos todos os leitos", detalhou. Na semana que vem, a Santa Casa espera abrir mais 20 leitos de UTIs e, assim, chegar a 100 vagas.
Aumento dos casos
Neste sábado, Minas Gerais registrou o maior número de mortes pelo coronavírus, com 73 óbitos confirmados em 24 horas, conforme detalhou a Secretaria Estadual de Saúde (SES). O diretor da Santa Casa afirmou que a proximidade do pico da pandemia no Estado explica a lotação do hospital.
"Estamos caminhando para o pico e todo mundo (outros hospitais) está pressionado. Essa semana aumentou muito o número de casos e a curva (de contaminação) está subindo. Depois que atingirmos o patamar máximo, os números voltam a cair", avaliou.
Além da Covid-19, o médico lembra que a população também está adoecendo por outros vírus respiratórios típicos do inverno, o que tem sobrecarregado ainda mais o sistema público de saúde.
Prioridade
Devido à pandemia, a Santa Casa restringiu os atendimentos e, hoje, apenas situações e urgência e emergência estão sendo acolhidas no hospital. As cirurgias eletivas, que são aquelas de menor gravidade e que não coloca o paciente em risco, estão sendo adiadas.
"Hoje a Santa Casa tem dois hospitais dentro de um. A entrada, o elevador e as alas das vítimas com a Covid-19 são diferentes dos demais pacientes. Mas existe um risco de contaminação cruzada e, também por isso, para evitar o contágio, as cirurgias adiáveis estão sendo adiadas", explicou o médico Guilherme Riccio.