Os médicos da Santa Casa suspenderam temporariamente a paralisação que levou a suspensão das cirurgias programadas realizadas pelo hospital, desde a última segunda-feira. A decisão foi tomada na noite desta sexta-feira, em assembleia da categoria.

O anúncio foi feito depois de a administração da Santa Casa informar que pagou aos médicos os vencimentos que estavam atrasados, no valor total de R$ 241.525,33. Agora, a instituição espera o ressarcimento por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável por fazer o repasse do SUS.

Entretanto, em nota, a SMS reforça que está sem receber do Ministério da Saúde os recursos referentes às cirurgias eletivas desde março. Já o Ministério garante que está em dia.

Em carta divulgada aos médicos, o provedor do hospital, Saulo Coelho, diz que apesar de reconhecer a “justeza das solicitações quanto à regularidade dos pagamentos e melhores remunerações de procedimentos”, a paralisação dos médicos gera muitos prejuízos.
Além de deixar de atender à população, impactar as contas da instituição, reduzindo a produção e, consequentemente, a receita que garante o abastecimento e funcionamento do hospital, especialmente em relação ao pagamento dos seus funcionários.

Apesar de retomarem as cirurgias programadas, cerca de 60 realizadas diariamente, os médicos agendaram nova assembleia para 24 de agosto.

Além da regularidade nos pagamentos, eles reivindicam reajuste nos valores. “Ha mais de cinco anos os procedimentos cirúrgicos não são corrigidos. Ainda não temos um percentual, queremos abrir negociação”, disse o diretor clínico da Santa Casa, presidente do SantaCoop, Flávio Mendonça.